Daniel Oliveira tornou-se conhecido pelo público português, após a estreia do 'Alta Definição' na SIC. Um programa onde o jornalista já entrevistou as mais variadas personalidades e que se distinguiu pelo carisma do entrevistador.

À conversa com o jornal Destak. Daniel explicou que não existe nenhum segredo para aquilo que faz:

"Não sei se há um segredo. Acho que tem a ver com a preparação de cada programa. Depois há uma coisa mais pessoal, que é o interesse genuíno que tenho na história de vida das pessoas que vou entrevistar.

E acho que isso se nota. Depois há a preparação com que parto para a entrevista, faço questão disso, lendo tudo o que há disponível sobre essa pessoa, recorrendo ao conhecimento empírico que há sobre a mesma, pesquisando na Internet. Depois sou fiel à máxima de que temos uma boca e dois ouvidos para ouvir mais do que falar. Portanto, estou de facto ao ouvir aquilo que o convidado me está a dizer".

Para as conversas, um dos objetivos do entrevistado será dar a liberdade suficiente aos convidados, para que eles falem apenas das coisas em que sentem mais à vontade.

"A minha lógica é que seja o convidado a conduzir a conversa, que seja ele a abrir as portas por onde eventualmente poderemos entrar.

Tento que nenhuma pergunta seja intrusiva ou que force algo de que o convidado não queira falar. Muitas vezes, aquilo que levo preparado é “apenas” todos os caminhos que podem ser percorridos no decurso daquela conversa. A preparação ajuda-me a perceber o que é que a pessoa já disse sobre determinadas coisas e procurar as mais inéditas", afirmou.

Houve no entanto entrevistas que marcaram Daniel Oliveira:

"Especiais acabam por ser todas, na medida em que há sempre qualquer coisa a mais daquilo que o público já conhece. Depois há outras que são especiais pela forçado testemunho, pelo legado que deixam. Há muitas entrevistas neste livro que têm essa força. Estou a lembrar-me do Reynaldo Gianecchini, pela forma como superou aquele momento tão difícil na sua vida. Mas há outros exemplos, como o Anselmo Ralph, que também tem uma história de superação".

Por fim, o apresentador ressalva aquilo que é mais importante para ele neste trabalho: chegar às pessoas.

"A comunicação é o que outros entendem, mais do que aquilo que nós dizemos. As minhas entrevistas dirão aquilo que os espetadores recebem das mesmas.

Se nós conseguirmos cumprir o propósito de gerar um sentimento qualquer nas pessoas, de ajudar de alguma forma, de entreter, estaremos a cumprir o nosso papel. Eu seria espetador do Alta Definição se não o fizesse".