Cada vez que me aventuro pelas ruas acabo por descobrir alguma coisa nova que me faz gostar cada vez mais desta cidade. Aliás, desta gigantesca cidade. Só o centro urbano tem mais habitantes do que Portugal. Impressionante e faz-me ter uma perspetiva bem diferente do mundo.

A multiplicidade cultural e racial é enorme e são várias as comunidades que residem na capital paulista. Por exemplo a japonesa, que é uma das maiores fora do Japão, faz com que proliferem inúmeros restaurantes de sushi dos mais modernos e caros aos mais tradicionais. É um paraíso para os amantes de peixe cru que por si só valeria uma visita aqui.

A comunidade judaica também se faz notar, sendo comum cruzar-me com famílias inteiras trajadas a rigor. Os homens fazem notar-se pelas suas longas barbas, com vestes pretas e um curioso chapéu cilíndrico feito de pelo. As mulheres cobrem as suas cabeças com cachecóis ou lenços.

Dobro a esquina e deparo-me com artesãos, que de forma ambulante, empalham cadeiras, restaurando acentos e costas das mobílias usadas dos vizinhos do bairro. Há sempre alguém que consegue pegar no velho e transformá-lo numa belíssima obra restaurada que horas depois está vendida, quase como peça de arte.

A nota colorida da cidade é-nos dada pelos Orelhões, as cabines telefónicas. Ícones do design brasileiro. Em forma de ovo, e de diferentes cores, como o laranja, amarelo, roxo, já não são mais do que meras peças decorativas das ruas devido à proliferação dos 'celulares', ou seja, dos telemóveis. Como apreciador deste mobiliário urbano espero que não os desativem, deixando-os ficar como parte da paisagem da cidade.

As feiras ambulantes encontram-se por todo o lado, mesmo nos melhores bairros, onde frutas, legumes e peixe (um pouco raro por estas bandas), se misturam com comércio de CDs e DVDs pirateados, flores e plantas.

E é assim São Paulo. Gigante no tamanho e na diversidade de pessoas e costumes.

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