A fazenda de Santa Gertrudes e a fazenda do Morro Azul, serviram de palco à tão conhecida e aclamada história 'Escrava Isaura', já que esta é a história que a antecede e que explica a origem de todos os personagens existentes nessa novela.

Nas fazendas, a produção da novela construiu uma complexa cidade cenográfica, e assim que ali se entra, na fictícia Vila de São Salvador, tudo o que nos rodeia é de tal forma pormenorizado pela equipa de cenografia, arte, caracterização e figurino, que é impossível não nos sentirmos envolvidos pela época de 1803.

O que mais me surpreendeu é que estas fazendas têm história: ambas foram testemunhas de escravatura real, onde efetivamente se faziam plantações de café.

Um dos rapazes que trabalha na novela como assistente de guarda-roupa, o Rafa, disse-me no outro dia que o seu bisavô havia sido um dos escravos daquela mesma fazenda. É impressionante que depois de ouvir estes relatos de familiares destas pessoas que ali viveram, este facto que tanto já li na história, faz com que tudo se torne mais vivo, mais real. A escravatura existiu mesmo. E ali. O próprio D. Pedro viveu na Fazenda do Morro Azul. Há retratos dele por toda a casa, onde gravamos.

A natureza que envolve as fazendas é mágica. De todas as vezes que entro de carro naquela gigante propriedade, para ir gravar, passo por cavalos selvagens, pica-paus, macacos nas árvores, tatus, lagartos enormes que se atravessam no caminho de terra batida até entrarem de novo no lago, galinhas de Angola, entre muitos outros. A vegetação é de um verde vivo e de uma densidade inigualável, árvores altas e com copas que servem de casa a muitas destas espécies que aqui habitam. No outro dia gravei mesmo ao lado de uma lagoa situada na fazenda e durante a gravação avistámos o dorso de um crocodilo que por ali passava.

Fico sempre encantado com toda esta vida selvagem no meio do set de gravação.

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