Algemas, roupa de couro, chicotes, látex, velas...
Estes são alguns objectos facilmente associados ao sadomasoquismo, uma prática considerada normal para uns mas escandalosa e bizarra para outros. De facto, todos estes utensílios são alegremente usados pelos sadomasoquistas.

Termos como tortura, perversão, crueldade, maldade ou violência são, tal como os objectos acima referidos, associados a esta prática sexual. Não custa muito imaginar porquê...
Veja-se a palavra sádico: traduz uma pessoa perversa, que se diverte com o sofrimento dos outros. E se um sádico é visto com maus olhos, um sadomasoquista ainda pior...

Em relação à etimologia da palavra sadomasoquismo, trata-se de uma aglutinação da palavra sadismo com a palavra masoquismo.

No dicionário, a palavra sadismo vem definida como «perturbação do instinto sexual em que a satisfação sexual só pode alcançar-se infligindo violências ou sevícias a outrem; por extensão, perversão que consiste em tirar prazer do sofrimento alheio; sendo um termo que deriva do francês sadisme que, por sua vez, deriva do escritor francês Sade (1740-1814)».

Já o termo masoquismovem definido no dicionário como «perversão sexual na qual o prazer só pode ser obtido mediante sofrimentos físicos ou morais (flagelações, humilhação, insultos) impostos ao próprio; por extensão, prazer que se tira do sofrimento próprio».

Passemos à acção...

Vamos deixar de lado termos, palavras e definições e "passar à acção": o sadomasoquismo (também conhecido pelas siglas SM) é uma prática sexual, em que o prazer e o orgasmo são obtidos através dos actos de infligir e sofrer com dores.

Deste modo, os adeptos desta prática sexual dividem-se em dois grupos, nomeadamente os dominadores ou mestres e os escravos ou submissos. Estes últimos, tal como o nome indica, são os que sofrem, os que assumem um papel passivo e que só atingem o auge da excitação quando são mal tratados física e psicologicamente. Já os dominadores são os que fazem sofrer, têm um papel activo na relação e só atingem o orgasmo infringindo a dor no outro.

As classificações do SM são várias e determinam, essencialmente a forma e o grau de sadomasoquismo de cada adepto ou casal. Na Europa são usadas duas:

Sadomasoquismo leve (sm light): é uma modalidade que incluí as humilhações físicas, verbais e morais. Exemplo: ofender o parceiro, ou obrigá-lo a vesti-se de empregada e limpar a casa, ou ainda obrigar o parceiro a comportar-se como um cachorro submisso.

Sadomasoquismo pesado (sm heavy): versão mais “hard” desta prática sexual, em que os parceiros não se contentam apenas com humilhações. Existem casos de pessoas que, por terem atingido um elevado grau de tolerância à dor, buscam mais prazer, ou seja, mais dor, chegando a pedir aos parceiros que lhes amputem a primeira falange de um dos dedos, sem anestesia e com um serrote!

Há ainda quem considere o SM um jogo (sexual, claro) cujas regras baseiam-se nos princípios das sociedades onde existia a escravatura. Ou seja, ao dominador tudo é permitido, já que é o mais forte na relação, sendo o escravo um ser desprezível.
Sadomasoquismo é, pois, torturar e ser torturado por livre vontade, por forma a garantir a realização de desejos e fantasias. Como não poderia deixar de ser, nas relações SM existem limites e regras, sendo que cada casal adopta as suas próprias regras.

Existem, no entanto, outras formas de sadomasoquismo mais brandas, como o bondage, as cócegas (tickling) e a podolatria (bare foot), assim como formas de SM mais violentas, como o espancamento (spanking).