Quantas pessoas não desejam ter uma relação a longo prazo, senão mesmo para a vida? Conhece alguém que queira sondar o mercado para sempre? Até o mais famoso solteirão, o ator George Clooney, cedeu aos encantos da instituição do casamento. Telma Pinto Loureiro, psicóloga clínica na clínica Sentimental Mood, no Porto, explica que as relações seguras e prolongadas no tempo fazem bem ao nosso ego.

«Transmitem aos seus intervenientes uma sensação de encaixe no mundo e na vida, visão extremamente benéfica para que sejam pessoas confiantes, assertivas, com amor-próprio», refere. Quando o relacionamento é saudável, claro. Isto é tudo muito bonito, mas o sexo não se torna aborrecido com o passar dos anos?

Terá ou não a indústria de brinquedos sexuais criado esse mito, para vender mais? Telma Pinto Loureiro diz que não. De facto, «é um desafio para os casais conseguirem manter a sua sexualidade ao longo dos anos», acrescenta ainda a especialista. Para a estimular, além de brinquedos sexuais, também pode recorrer a filmes eróticos.

Sexo mais que satisfatório

Até certo ponto, a felicidade do casal e a sua intimidade emocional dependem do que acontece no campo sexual. «Numa relação duradoura, a sexualidade tem que ser cuidada e alimentada para que não desapareça ou fique medíocre», confirma a especialista. Duas pessoas que se amam e que têm interesse em continuar juntas devem preocupar-se em manter um bom nível de desejo sexual.

O que não significa que tenham de andar num frenesim, feitos adolescentes. Um estudo, publicado na revista científica Social Psychological and Personality Science, veio aliviar a pressão no que toca à quantidade de sexo que um casal deve ter para ser feliz. Segundo Amy Muise, investigadora que liderou a pesquisa, a frequência dos envolvimentos sexuais deixou de ser um critério.

Aparentemente, basta fazer amor uma vez por semana para preencher a quota! Já não tem de inventar uma dor de cabeça, nem invocar o primeiro dia da menstruação. Agora, como é que se consegue ultrapassar aquelas inseguranças em relação ao corpo que todos temos?

Positividade atrai positividade

Telma Pinto Loureiro sugere que a pessoa aceite as mudanças que vão ocorrendo ao longo da vida. «A sensualidade e a sexualidade não são aspetos imutáveis, também evoluem e modificam-se, logo, o que não deve acontecer é a pessoa ficar presa a um modo operante e não se atualizar», esclarece a psicóloga especializada em terapia de casal. Uma das grandes vantagens de se estar numa relação estável com alguém que amamos é que nos oferece «segurança, proteção, sensação de completude».

Portanto, sentimo-nos muito mais confortáveis na nossa pele do que quando somos solteiros. Sem falar no facto de que, nas palavras da especialista, «sexo com amor preenche e reinventa-nos, sexo por sexo, não trará mudanças nem suprirá necessidades». A psicóloga informa que os casais felizes distinguem-se dos restantes em três aspetos fulcrais.

«São pessoas mais positivas, têm mais objetivos e tendem a relacionar-se com os outros de uma forma muito mais fácil e natural», acrescenta ainda a especialista. Para aprofundar este assunto, leia também o artigo que interroga se seremos normais ou somos apenas diferentes da maioria dos casais? e também não perca o que questiona se não estaremos a dar a devida importância ao sexo?

Veja na página seguinte: O clima influencia o apetite sexual?

Culpe o aquecimento global

Sabia que o clima influencia o apetite sexual? Um estudo publicado, em outubro de 2015, no National Bureau of Economic Research, provou que as mudanças climáticas afetam a nossa vontade de ter relações sexuais. Três instituições de ensino superior norte-americanas, a Tulane University, a University of California Santa Barbara e a University of Central Florida, nos EUA, associaram-se para analisar os fatores que provocaram o declínio do número de nascimentos desde 1931 até 2010.

De acordo com os autores desta investigação, o aquecimento global é um dos grandes responsáveis pela diminuição das taxas de natalidade nas últimas oito décadas. Alan Barreca, Olivier Deschenes e Melanie Guldi chegaram a esta conclusão, porque sempre que as temperaturas sobem, passados oito a dez meses nascem poucos bebés. Se está a tentar engravidar ou não quer estar dependente da chegada dos meses mais frios para ter uma atividade sexual mais regular, os autores sugerem que invista num aparelho de ar condicionado.

Será esta a salvação das relações à distância?

Cada vez mais somos obrigados a viajar em trabalho. E, por vezes, durante longos períodos de tempo. Até agora, isso afetava bastante a intimidade do casal. Mas já não tem de ser assim. Esqueça o telefone e o Skype… O que está a dar são os teledildonics.

Estes brinquedos sexuais electrónicos correspondem àquilo que vai poder manter a sua atividade sexual tão regular como se estivesse em casa. É que estes sex toys, graças a uma tecnologia de ponta, permitem a estimulação sexual mútua... à distância! Basta uma ligação à Internet para poder controlar, remotamente, os orgasmos da sua cara-metade.

Texto: Filipa Basílio da Silva