Atualmente, estão disponíveis inúmeros métodos contracetivos, variando a sua escolha de pessoa para pessoa e de acordo com as suas necessidades. Com isto, a gravidez não planeada torna-se cada vez mais rara, pelo menos teoricamente, sendo mais fácil para as mulheres escolher o método que melhor previne a gravidez de acordo com as suas características. As muitas opções no mercado dificultam, por vezes, a escolha.

Segundo o Bram Brons, médico especialista em saúde sexual na clínica euroClinix, "a contraceção pode ser dividida em três grandes tipos, mais concretamente contraceção hormonal, contraceção de barreira e contraceção cirúrgica, sendo a aceitação por parte da mulher e do seu parceiro, a comodidade e a ocorrência de efeitos secundários factores a ter em conta no momento da escolha", adverte o especialista.

Contraceção hormonal

A contraceção hormonal é o método mais eficaz para controlar a fertilidade e prevenir a gravidez indesejada, apesar de não evitar a transmissão de doenças sexuais. Entre os principais métodos contracetivos hormonais incluem-se a pílula contracetiva combinada, a minipílula, o adesivo contracetivo, o anel vaginal, a injeção, o implante e os dispositivos intra-uterinos:

- Pílula combinada

A pílula combinada, conhecida também apenas por pílula, contém estrogénio e progesterona sintéticos, semelhantes às hormonas naturalmente produzidas pelos ovários.

Este método é 99% eficaz e impede a gravidez ao evitar a ovulação (libertação do óvulo pelos ovários), ao aumentar o espessamento do muco cervical, impedindo a passagem dos espermatozoides pelo cérvix e ao tornar mais fino o revestimento uterino, impedindo a implantação do ovo, caso ocorra a fecundação.

- Minipílula

Ao contrário da pílula combinada, a minipílula apenas contém progesterona sintética, pelo que está indicada para mulheres que estejam a amamentar ou às quais esteja desaconselhada uma pílula com estrogénio.

Apesar de nem todas as minipílulas impedirem a ovulação, actuam igualmente no espessamento do muco cervical e no revestimento uterino, sendo um método contraceptivo 99% eficaz. Tal como a pílula combinada, a sua toma é diária, sendo qualquer alteração no seu horário de toma mais restrita, o que compromete a sua eficácia.

- Adesivo contracetivo

Este método, com uma área de aproximadamente cinco por cinco centímetros, deve ser aplicado diretamente na pele, para que as suas hormonas (estrogénio e progesterona) sejam absorvidas pelo organismo.

A composição hormonal é semelhante à da pílula combinada, com a diferença que esta é libertada gradualmente na pele ao longo de uma semana, altura em que o adesivo terá de ser substituído. Se usado segundo as instruções, o adesivo tem uma eficácia de 99%, apesar de não estar recomendado a mulheres que pesem mais de 90 quilos.

- Anel vaginal

Este anel flexível deve ser aplicado directamente na vagina para que ocorra a libertação e absorção hormonal. As hormonas libertadas (estrogénio e progesterona) atuam da mesma forma que na pílula contracetiva, com a vantagem que o anel apenas é aplicado uma vez por mês. O anel vaginal impede a ovulação, espessa o muco cervical e impede a formação do revestimento uterino, sendo igualmente 99% eficaz na prevenção da gravidez.

- Injeção contracetiva

Este método contém apenas progesterona e os seus efeitos podem durar 12 ou 8 semanas, dependendo do tipo de injeção. A sua eficácia é de 99% não havendo o perigo da mulher se esquecer de usar este tipo de contracepção, como ocorre com os métodos descritos acima.

Apesar das suas vantagens, muitas mulheres sofrem de períodos menstruais irregulares com a injeção contraceptiva, pelo que este é provavelmente o motivo que as leva a optar por outro método.

- Implante contracetivo

O implante consiste num pequeno bastonete flexível, que deve ser colocado por baixo da pele do braço. Este método liberta progesterona, semelhante à progesterona produzida pelos ovários e os seus efeitos duram até três anos. Os efeitos do implante são reversíveis e a sua eficácia é de 99%.

- Dispositivos uterinos

Este método pode ser de dois tipos, o DIU (um dispositivo de cobre que é implantado directamente no cérvix, impedindo que os espermatozoides alcancem o óvulo e a implantação deste no útero, caso seja fertilizado) e o SIU (um dispositivo de plástico, colocado no útero, que liberta a hormona progesterona e impede o crescimento do revestimento uterino, bem como espessa o muco cervical).

Ambos os dispositivos têm uma eficácia de 99%, apesar de os DIU mais recentes serem mais eficazes do que os antigos, por conterem mais cobre.

Contraceção de barreira

Os métodos de barreira são o único tipo de contraceção que para além de evitar a gravidez não planeada, protege contra as doenças sexualmente transmissíveis. Os principais métodos de barreira são os preservativos masculinos, geralmente fabricados em látex e os preservativos femininos, feitos de poliuretano.

O preservativo masculino tem uma eficácia de 98%, enquanto que o preservativo feminino tem uma eficácia de 95%, quando usados de acordo com as instruções, devendo ambos ser aplicados directamente no pénis ou na vagina, respetivamente.

Contraceção cirúrgica

A contraceção cirúrgica pode ser realizada tanto nos homens como nas mulheres e consiste no caso das mulheres, na oclusão das trompas de Falópio, por corte ou selamento, impedindo que o óvulo libertado pelos ovários alcance o útero, também denominado laqueação das trompas.

No caso dos homens, consiste no corte ou selamento dos canais deferentes, responsáveis pelo transporte do esperma dos testículos ao pénis, também denominado vasectomia. Apesar de ser um método permanente, apenas indicado para homens ou mulheres que não queiram de todo ter filhos no futuro, a vasectomia tem uma impressionante taxa de insucesso média de uma em cada 2.000 cirurgias.

A da laqueação das trompas é, por norma, segundo estatísticas de organizações internacionais, de uma em cada 200, uma percentagem também ela considerável. Este insucesso deve-se ao facto de, quer as trompas de Falópio quer os canais diferentes, como sublinham muitos médicos, se poderem voltar a unir imediatamente após a cirurgia ou alguns anos após esta, como sucede nalguns casos.