A noção do que é ou pode ser a orientação sexual é cada vez mais complexa e cheia de nuances. Como nomear aquilo que nos parece desejável? Há quem questione mesmo por que é que o devemos fazer. Não podemos dizer com certeza onde nasce o desejo que alguém, em concreto, nos desperta. No entanto, é cada vez mais frequente falar sobre um leque variado de orientações sexuais que com o passar do tempo vai aumentando.

As denominações que definem múltiplos tipos de sexualidade surgem socialmente através de movimentos a favor da igualdade, para reivindicar e dar visibilidade a formas de viver a sexualidade que, por norma, são eclipsadas pela heterossexualidade. Conceitos criados, não para servir os propósitos da ciência, mas para conseguir que a sociedade olhe com uma maior sensibilidade para as pessoas que tendem a viver uma orientação sexual alternativa.

O psicólogo espanhol Arturo Torres, regularmente convidado para seminários e conferências, identifica os principais tipos de orientação sexual:

1. Heterossexualidade

É a orientação sexual definida exclusivamente pela atração entre pessoas de sexo oposto. É a mais comum.

2. Homossexualidade

Caracteriza-se pela atração sexual por pessoas do mesmo sexo. Popularmente, identificam-se os homens homossxuais como gays e as mulheres com lésbicas.

3. Bissexualidade

Atração sexual por pessoas do mesmo sexo e por pessoas do sexo oposto, mas não necessariamente com a mesma frequência ou intensidade.

4. Panssexualidade

Atração sexual por algumas pessoas, independentemente do seu sexo biológico ou identidade de género. A diferença entre a panssexualidade e a bissexualidade é que, neste caso, a atração sexual vai-se experienciando através das categorias de género, enquanto que na panssexualidade não acontece isso.

5. Demissexualidade

A demissexualidade descreve-se como o desenvolvimento da atração sexual apenas nos casos em que se terá estabelecido previamente um forte vínculo emocional ou íntimo.

6. Lithssexualidade

As pessoas com este tipo de orientação sexual sentem atração por outras pessoas mas não sentem a necessidade de ser correspondidas.

Veja na página seguinte: Autossexualidade e polissexualidade

7. Autossexualidade

Na autossexualidade, a atração é por si mesmo, sem que isso seja sinónimo de narcisismo. Pode entender-se como uma forma de alimentar o afeto ou o amor próprio.

8. Antrossexualidade

Este conceito define as pessoas que experimentam a sexualidade sem saber em que categoria identificar-se e/ou sem sentir necessidade de classificar-se em nenhuma delas.

9. Polissexualidade

Neste tipo de orientação sexual, sente-se atração por vários grupos de pessoas com identidades de género concretas. Segundo o critério utilizado para o classificar, pode entender-se que a polissexualidade se confunde com outras orientações sexuais como, por exemplo, a panssexualidade.

10. Assexualidade

A assexualidade serve para nomear a falta de atração sexual. Muitas vezes, considera-se que não faz parte da diversidade de orientações sexuais, ao ser mesmo a sua negação.

Texto: Eva Falcão