Cláudia e Henrique são um casal como tantos outros. Partilham uma vida recheada de amor, diversão e que nem sempre escapa às habituais brigas e discussões. Mas no final do dia são um casal feliz com uma relação sólida e duradoura. Mas qual o segredo para uma relação de sucesso nos dias que correm e em que os divórcios aumentam de dia para dia?

Foi a pensar nas relações e casamentos em crise, que a psicóloga e terapeuta Cláudia Morais decidiu escrever “Os 25 hábitos dos casais felizes”. Com este livro, Cláudia procura ajudar milhares de casais a melhorar a sua relação dando conselhos, estratégias e exercícios práticos que podem ser executados diariamente. As ilustrações, feitas pelo marido e cartoonista Henrique Monteiro, dão um toque divertido e bem-humorado ao livro que chegou às livrarias na semana passada. Em entrevista ao SAPO Lifestyle, Cláudia e Henrique falam sobre esta experiência.

Porquê um livro para casais? Acha que os casais de hoje precisam de aprender a criar bons hábitos?

Este livro resulta da minha experiência de 15 anos enquanto terapeuta conjugal e do meu olhar atento às investigações que têm sido feitas nesta área. Trabalho todos os dias com e para as famílias e o meu foco é ajudá-las a serem mais felizes. De um modo geral, nós sabemos que não há relações perfeitas nem pessoas perfeitas mas, por outro lado, somos “bombardeados” com comédias românticas, telenovelas e outras “histórias de encantar” que nos mostram que as dificuldades, a existir, só acontecem no início. Depois – no cinema e na televisão – há um click em que as pessoas se apercebem que estão apaixonadas e são “felizes para sempre”. É muito raro depararmo-nos com histórias que nos mostrem os dias difíceis das relações felizes. Aquilo que procurei fazer foi listar de forma prática e clara os hábitos que caracterizam as histórias de amor que “dão certo”. Não são segredos. São hábitos mais ou menos diários que estão ao alcance de qualquer um de nós e que podem ajudar-nos. Como procurei explicar, os casais felizes também discutem, também duvidam, também têm momentos de desconexão. Mas arregaçam as mangas, assumem uma postura proativa e dão o seu melhor para que a relação continue a dar certo.

Em que se inspirou para a “construção” deste livro?

Aprendo todos os dias com os casais que me pedem ajuda. As suas dificuldades, os seus problemas são as dificuldades e os problemas por que qualquer casal pode vir a passar. Eles também já se sentiram felizes e unidos mas, por uma razão ou por outra, enveredaram por círculos viciosos que os afastaram dos “bons hábitos”. Ajudá-los a identificar esses padrões de negatividade e a focarem-se no essencial para que tudo volte a fazer sentido é o meu foco.

Foi fácil chegar às ilustrações através dos textos? Foi um trabalho de análise conjunta ou simplesmente saiu naturalmente das mãos do Henrique e ambos concordaram com o resultado?

Aquilo que propus ao Henrique foi que lesse os 5 capítulos e fizesse duas ilustrações por capítulo (cada capítulo inclui vários hábitos). Confio no humor do Henrique e estava segura de que sairiam ilustrações interessantes. No final gostei de todas e não houve nada que quisesse alterar.

Consideram-se um casal feliz? Põem em prática estes hábitos?

Uma das coisas que me deixou mais feliz quando dei o livro para que o Henrique lesse foi a sua resposta. Disse-me que aquelas eram as coisas que nós habitualmente fazíamos. Pensei: “Missão cumprida”. É claro que à medida que ia escrevendo o livro ia refletindo sobre a nossa relação. Tenho consciência de que somos um casal feliz mas também foi interessante dar-me conta de algumas distrações. Tal como costumo dizer aos casais com quem trabalho, não há casamentos perfeitos e nem um terapeuta conjugal é o cônjuge perfeito. A sistematização destes hábitos também me permitiu um olhar mais atento para as áreas em que mais frequentemente me distraio.

Qual o conselho mais importante para um casal?

Todos os conselhos que procurei deixar neste livro são importantes mas não posso deixar de destacar o primeiro e o último hábito desta lista: “Apoiam-se mutuamente na concretização dos sonhos” e “Não tomam a relação como garantida”. Se nos lembrarmos com frequência destes dois itens, é muito mais provável que façamos as escolhas que mais protejam a relação.

Aqui fica uma pequena galeria com algumas das ilustrações do livro realizadas por Henrique Monteiro.

O livro já está à venda nas livrarias habituais.