Passar a vida a espreitar a vida dos outros gera inveja, tristeza e frustração. A garantia é dada por um estudo internacional levado a cabo pelo Kaspersky Lab, a maior empresa privada de soluções de segurança endpoint do mundo. «Ainda que tenham surgido para promover contacto permanente e partilha de momentos felizes, as redes sociais fazem as pessoas sentir-se em baixo», assegura a companhia, que avalia periodicamente o comportamento dos cibernautas, em comunicado.

«A vida online é influenciada pelo facto de não se receber o número de likes esperado, ver amigos a receber mais likes e ver vidas, aparentemente, mais felizes», refere ainda o documento. «As redes sociais tiveram como base da sua criação a possibilidade de estar em permanente contacto com amigos e de partilhar memórias felizes. No entanto, os resultados do último estudo realizado pela Kaspersky Lab mostram que as redes sociais começam, também, a gerar sentimentos inversos em algumas pessoas», pode ainda ler-se.

Num inquérito realizado a 16.750 pessoas em todo o mundo e divulgado internacionalmente a 23 de janeiro de 2017, a companhia descobriu a frustração das pessoas relativamente às redes sociais. «Cerca de 59% das pessoas sentiram-se infelizes quando viram um post de um amigo numa festa para a qual não foram convidadas e 45% confessa que os posts felizes dos seus amigos de férias tiveram uma influência negativa neles», refere a empresa, que avança ainda que «72% das pessoas se sentem incomodadas pela publicidade».

«Além disso, cerca de 37% admitiu ainda que rever os seus antigos posts felizes os pode deixar com o sentimento de que o seu próprio passado foi melhor do que a sua vida no presente», pode ler-se no comunicado. Um outro estudo da companhia demonstrou ainda a frustração das pessoas relativamente às redes sociais, «com cerca de 78% a admitir já ter considerado deixar as mesmas», garante. «O único motivo que faz com que permaneçam é o medo de perder as suas memórias digitais, como fotografias e contactos com os seus amigos», asseguram.

Texto: Luis Batista Gonçalves