Opressão é “tudo aquilo que nos limita como seres humanos ou grupo social”, é “não fazer aquilo que se quer ou a ter de fazer algo que não se quer”, defende Jordi Forcadas. Mas nem sempre os oprimidos sabem designar com rigor o objeto da sua opressão.

É para falar destas e outras ideias políticas que o catalão Jordi Forcadas vem a Lisboa esta quinta-feira, 17, para participar num encontro sobre “intervenção, austeridade e feminismo” promovido pela associação feminista União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) no âmbito do terceiro Óprima! - Encontro de Teatro do Oprimido e Ativismo. Jordi Forcadas vai estar no Centro de Cultura e Intervenção Feminista a partir das 17h30. Participam também no encontro Muriel Naessens, da associação francesa Feminismo Enjeux, e Pascal Guyot, formador e ator na companhia Entr’act, em França.

Encenador e ativista, Jordi Forcadas nasceu em 1964 e co-fundou há 14 anos, em Barcelona, a escola de teatro Forn de Teatre Pa'tothom. É conhecido por seguir os princípios do Teatro do Oprimido, criado pelo brasileiro Augusto Boal. “Trabalha com variados coletivos, como mulheres vítimas de violência, jovens, imigrantes, gente da rua, toxicodependentes, pessoas com deficiência”, descreve a UMAR.

Desde que a crise económica e financeira se instalou na Europa – sobretudo a partir de 2010, com a intervenção na Grécia por parte do Fundo Monetário Internacional e da Comissão Europeia –, os movimentos ao feministas e LGBT têm vindo a apontar as mulheres e as minorias sexuais como principais vítimas.

“A crise tem tido efeitos devastadores sobre as minorias étnicas, sexuais ou outras”, porque “capitalismo, patriarcado e exploração são faces do mesmo sistema de privilégio”, dizia a ativista Inês Ribeiro durante a Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa em 2012. “Somos as primeiras a sentir os feitos de políticas de austeridade”, com “discriminação no trabalho, no acesso à habitação, saúde e justiça”, sublinhou.

No ano passado, o tema da Marcha do Orgulho LGBT de Lisboa foi “Arco-Íris Contra a Crise”. Este ano, com a marcha agendada para 21 de junho, o tema será “Diversidade Contra a Austeridade”.

Bruno Horta