Não há um “trajeto-tipo” que antecipe a prostituição, mas geralmente a “opção” surge quando há “um acontecimento marcante” na vida das pessoas em causa, reflete a investigadora Alexandra Oliveira.

Esta é uma das conclusões que se podem retirar do livro "Andar na vida: prostituição de rua e reação social", editado pela Almedina, que será apresentado na quinta-feira, no Plano B, no Porto e no dia 18 em Lisboa, na Livraria Almedina do Atrium Saldanha.

O livro adapta a tese de doutoramento de Alexandra Oliveira, professora auxiliar da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, e será apresentado no Porto por Henrique Barros, coordenador nacional para a Infecção VIH/sida.

Com esta pesquisa, Alexandra Oliveira, a primeira a doutorar-se em Portugal com uma tese sobre prostituição, pretendeu ajudar “a desmontar estereótipos e crenças erradas sobre a prostituição e as prostitutas de rua”.

A autora “imergiu durante cinco anos no terreno da prostituição de rua no Porto, sendo que, na fase mais intensiva e sistemática da investigação, permaneceu na rua a uma média de três dias por semana, chegando a ficar 12 horas seguidas em contexto, observando, ouvindo, interagindo e entrevistando” os “atores que habitam o mundo da prostituição”, resume a editora na sinopse do livro enviada à comunicação social.

Em declarações à agência Lusa, Alexandra Oliveira explicou que o livro é um “trabalho de continuidade”, mas apresenta também algo de novo sobre “como surge a prostituição na vida das pessoas”, em resultado das várias entrevistas que a autora fez ao longo da investigação.

Fonte: Lusa

12 de outubro de 2012