Um estudo realizado na Grã-Bretanha indica que não há indícios de que as substâncias antioxidantes, utilizadas em dietas e cosméticos, possam retardar o envelhecimento, divulga a BBC.

Os cientistas da University College London usaram vermes para testar os efeitos dos antioxidantes. Os resultados indicam que os que foram tratados com antioxidantes não viveram mais do que os outros.

Recorde-se que os antioxidantes são um dos grandes chamarizes das indústrias de cosméticos e suplementos alimentares, onde se promove que têm capacidade de combater os radicais livres que provocam o envelhecimento.

Segundo a BBC, este argumento baseia-se numa teoria de 1956, que sugere que o envelhecimento é provocado pela acumulação de danos provocados por moléculas de oxigénio altamente reactivas e que circulam no corpo - os radicais livres.

Os antioxidantes teriam a capacidade de eliminar estes radicais livres. Porém, segundo a BBC, muitos estudos que tentaram comprovar esta teoria foram inconclusivos.

«O facto é que não entendemos muito bem os mecanismos fundamentais do envelhecimento», disse o médico David Gems, chefe da equipa de pesquisadores, à BBC.

«Está claro que se existe um componente de oxidação, mas este não é o principal causador do envelhecimento». Gems ressaltou que uma dieta saudável e equilibrada é importante para reduzir o risco de doenças associadas ao envelhecimento.

Mas não existe uma prova clara de que ingerir alimentos antioxidantes podem retardar o processo. E menos ainda de que os suplementos e cremes produzem o mesmo efeito.

Uma porta-voz da Associação Dietética Britânica reconheceu a dificuldade de estudos anteriores encontrarem provas para sustentar a teoria de 1956. «Até agora, todas as evidências vieram de pesquisas epidemiológicas, que observaram a alimentação de um certo grupo de pessoas e que mostraram sinais de benefícios em quem havia ingerido alimentos antioxidantes e outras comidas saudáveis», afirmou.

Já a Associação da Indústria de Cosméticos e Perfumaria britânica disse que as empresas realizam pesquisas extensas para assegurar que os efeitos anunciados têm fundamento. «Descobertas genéticas feitas a partir de germes nematódeos podem não ser directamente relevantes neste processo tão complexo que é o envelhecimento de animais superiores, como os seres humanos», disse o porta-voz da entidade.

16 de Dezembro de 2008