Em Portugal, uma em cada sete crianças vive mal. Os níveis da pobreza, que atinge 16% dos menores de 18 anos, e o baixo nível educativo colocam-nos últimos lugares no ranking de bem-estar infantil entre os 21 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico).

Os resultados foram divulgados num relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) apresentando em Berlim, que é conclusivo ao sublinhar que Portugal está na zona negra, no que toca à pobreza, educação e comportamentos de risco, e que muito haverá ainda por melhorar no que diz respeito à saúde, segurança e percepção sobre o bem-estar.

O Relatório abrange seis dimensões da vida humana: pobreza, saúde e segurança, educação, relacionamentos, comportamentos e atitudes de risco dos jovens e as percepção destes sobre o seu bem-estar.

Alguns resultados do relatório da Unesco

  • Portugal pertence ao lote das nações onde a taxa de pobreza infantil é superior a 15%. Este valor tem em conta os menores de 18 anos que vivem em famílias com rendimentos inferiores a metade da média nacional.
    Os países com menores taxas de pobreza infantil localizam-se no Norte da Europa.

  • A Educação é o parâmetro que trás piores resultados para Portugal. 30% dos jovens portugueses abandonam os estudos e 23% não tem emprego - factores que, segundo o relatório, leva "indubitavelmente a maior risco de exclusão e marginalização".
    Os melhores resultados de "bem-estar educativo das crianças" são alcançados pela Bélgica e pelo Canadá.

  • Na forma como as famílias e a população em geral tratam as suas crianças, Portugal está bem situado e é apenas superado pela Itália.
    No que toca ao diálogo entre jovens, pais e famílias estamos também muito bem situados: 80% dos jovens considera que os seus familiares próximos são "simpáticos e prestáveis".

    AS relações familiares e de amizades são mais precárias no Reino Unido e nos Estados Unidos.