Fina d’Armada lançou a obra “"As Mulheres na Implantação da República" com o intuito de chamar a atenção para a importância do feminino durante este período histórico.

"Os homens fizeram a revolução com armas, mas esquece-se a importância de quem fez as bandeiras. E todas as bandeiras republicanas foram feitas por mulheres... Também se esquecem das mulheres que morreram", assinalou durante a apresentação da sua obra.

No livro, a professora de história reformada, relata em capítulos distintos, a Revolta do 31 de Janeiro de 1891, a luta das professoras, os festejos da Implantação da República, a 05 de Outubro de 1910, e a morte, em 1911, da primeira mulher portuguesa a exercer o direito de voto.

Pelos ideais da República, as mulheres organizaram peditórios, participaram em comícios, reclamaram direitos, fizeram bandeiras, deram de comer, arriscaram e perderam a vida, tudo factos relatados num livro da autoria de Fina d'Armada.

Escrito sob a perspectiva feminina, a obra termina com a história de Carolina Beatriz Ângelo, uma médica feminista que se tornou na primeira mulher a votar em Portugal, por ocasião das eleições da Assembleia Constituinte, em 1911.

Outras mulheres também fizeram história na época:

É o caso de Clemência Dupin Seabra, uma empresária do sector madeireiro e a primeira mulher portuguesa a pedir o divórcio.

Já Adelaide Cabete, médica ginecologista, professora e grande feminista, lutou contra a mortalidade infantil, o alcoolismo feminino e a prostituição, fundou a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e o Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas;.

Ana de Castro Osório, escritora, editora, pedagoga, publicista, conferencista, defensora dos ideais republicanos, fundou a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas.

Para a professora, jornalista e propagandista dos direitos dos operários, Angelina Vidal, as intervenções públicas de cariz social foram o seu forte;

Carolina Michaëlis de Vasconcelos, romancista, destacou-se no ensino, foi a primeira mulher admitida como professora universitária na Faculdade de Letras de Coimbra;

Emília de Sousa Costa, escritora e defensora da educação feminina, contribuiu para a criação da Caixa de Auxílio a Raparigas Estudantes Pobres.

Maria Veleda, professora do ensino primário, escritora para crianças, fez parte da Liga Republicana de Mulheres Portuguesas e do Grupo Português de Estudos Feministas, sendo defensora da emancipação e participação política das mulheres;

Virgínia Quaresm, jornalista, distinguiu-se pelas suas reportagens de teor político e social, designadamente em O Século e em A Capital e, também, no Brasil. Foi das primeiras mulheres a licenciarem-se pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo sido condecorada com a Ordem de Santiago pelos serviços prestados ao país durante a Grande Guerra.

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