Era um bon vivant que não resistia a uma boa provocação. «Aviso-te que nem todas as pessoas querem mudar. Esta é uma lição que aprenderás uma série de vezes ao longo dos próximos anos», respondeu, em 2014, durante uma entrevista à estação de televisão CBS quando lhe perguntaram o que diria se pudesse falar com a pessoa que era quando tinha apenas 16 anos. Uma das muitas afirmações inspiracionais que deixa como legado.

1. Sigam os vossos sonhos mais íntimos. Os nossos pares, a nossa família e a sociedade influenciam a nossa vida. Podemos deixar-nos condicionar por isso ou perseguir os nossos sonhos.

2. Se não incentivarmos [as pessoas a ter] uma expressão sexual saudável em público, elas terão uma doentia em privado. Se tentarmos suprimir o sexo nos livros, nas revistas, nos filmes e até mesmo nas nossas conversas diárias, não estaremos a contribuir para tornar o sexo em algo mais íntimo e privado. Estaremos apenas a escondê-lo, mantendo-o no escuro. O que tentamos [na Playboy] é acender as luzes.

3. A beleza está em todo o lado. Na universidade, no escritório, ao nosso lado... As raparigas simpáticas também gostam de sexo. É uma coisa natural que faz parte da vida. Não temos de ter vergonha disso...

4. Parte da revolução sexual [em curso nas últimas décadas] trouxe a racionalidade para a sexualidade. Porque, quando não se vive a sexualidade de uma forma normal, esta acaba por ser vivida de forma distorcida e essas distorções destroem vidas.

5. A vida é curta. Sonhem mas nunca deixem de ser pessoas pragmáticas.

6. Publicar uma revista masculina sofisticada pareceu-me a melhor maneira de realizar um sonho que tinha desde a adolescência, o de ir com muitas mulheres para a cama.

7. Pedir ao mundo que mude é difícil mas não temos de nos preocupar. Se lutarmos, a nossa vontade prevalecerá.

8. Uma das coisas das gerações atuais que me entristece é que se perdeu o sentido do ontem e, se não te lembrares de quem foste, não conseguirás saber quem és hoje.

9. Eu acredito profundamente que, se uma pessoa for saudável, a idade é apenas um número.

10. Eu sinto-me uma criança numa loja de guloseimas. Sonhei o impossível. E os sonhos impossíveis que tive conseguiram levar-me além do que eu poderia imaginar. No meu ponto de vista, sou o gato mais sortudo do planeta.

Veja na página seguinte: A visão feminina que Hugh Hefner contestava

11. A nossa experiência mostra-nos que as mulheres preferem mulheres magras e esguias com pouco peito vestidas. Já os homens preferem exatamente o oposto. Mulheres voluputuosas, com curvas e com pouca roupa. Esta idealização feminina prende-se com o facto de terem de competir com o homem na sociedade. A visão que os homens têm das mulheres tende a ser mais feminina.

12. Muito sinceramente, nunca vi a Playboy como uma revista sobre sexo. Sempre a encarei como uma revista de lifestyle, um estilo de vida em que o sexo era apenas um aspeto importante.

13. Reformarmo-nos é o primeiro passo em direção à cova.

14. As mulheres foram, tradicionalmente, colocadas em pedestais ou condenadas como fonte de toda tentação sexual e de todo e qualquer pecado. São dois lados da mesma moeda, uma vez que ambos colocam as mulheres num papel não-humano. A Playboy opôs-se a essa visão e, ao fazê-lo, ajudou as mulheres a sair dos seus pedestais e a viver a sua sexualidade natural, à semelhança dos homens.

15. Depois de ter combatido o racismo e o sexismo, agora estou a combater [os preconceitos relacionados com] a idade. Uma pessoa deve ser definida por ela própria. Se deixarmos que a sociedade e os nossos pares definam quem nós somos, estaremos a diminuir-nos.

Texto: Luis Batista Gonçalves