Nascida em Mingora, no Paquistão, a 12 de julho de 1997, Malala Yousafzai ganhou protagonismo depois de, sob o pseudónimo Gul Makai, começar a redigir textos para o blogue da BBC, relatando o dia a dia de um país ocupado pelos talibãs. O The New York Times acaba por descobri-la e incluí-la num documentário, realçando os seus esforços para defender a ida das raparigas à escola, no seguimento de uma proibição dos ocupantes.

Apesar do medo que tem dos talibãs, não desarma. A sua luta acaba por render-lhe o Prémio Nacional da Paz da Juventude, em 2011. No ano seguinte, incomodados pelo mediatismo local e pela visibilidade internacional da adolescente, tentam assassiná-la. Na tarde de 9 de outubro de 2012, depois de ter entrado num autocarro escolar na província de Khyber Pakhtunkhwa, um homem armado chamou-a pelo nome.

Apontou-lhe uma arma e disparou três tiros. Uma das balas atingiu o lado esquerdo da testa de Malala Yousafzai e percorreu-lhe o interior da pele, ao longo da face, até ao ombro. Nos dias que se seguiram ao ataque, manteve-se inconsciente e em estado grave. Quando melhorou, foi transferida para um hospital em Inglaterra. Em abril de 2013, a revista Time considerou-a uma das 100 pessoas mais influentes do mundo.

No ano seguinte, no dia 10 de outubro, foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Paz, tornando-se na pessoa mais nova de sempre a receber um destes prémios. Em setembro de 2017, naquele que seria o último primeiro dia do seu ensino secundário e no seguimento do ativismo que nunca mais abandondou, lança uma nova campanha, batizada «#YesAllGirls», a defender o acesso de todas as crianças do sexo feminino à escola.

Frases que ficam para a história

Estas são 15 das afirmações de Malala Yousafzai, que no início de julho de 2017 passou também a usar o Twitter para passar as mensagens que pretende transmitir, que são verdadeiras fontes de inspiração:

1. Quando todo o mundo está silencioso, uma simples voz torna-se poderosa. Só temos noção do poder da nossa voz quando somos silenciados.

2. É muito importante saber quem somos para podermos tomar decisões e para poder mostrar [aos outros] quem somos.

3. Há muitos problemas [no mundo] mas eu acho que há uma solução para todos eles e é só uma. A educação!

4. Se um homem pode destruir tudo, porque é que uma rapariga não pode mudar as coisas? Apesar de ser uma rapariga, por muito que haja muita gente a pensar que eu não sou capaz, não posso perder a esperança.

5. Deixem-nos pegar nos nossos livros e nas nossas canetas, que são as nossas armas mais poderosas. Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo.

6. Nós [ela e as colegas de escola] gostamos de ser conhecidas como as raparigas inteligentes. Quando decorávamos as nossas mãos para as festas e para os casamentos, desenhávamos cálculos [matemáticos] e fórmulas químicas em vez de flores e borboletas.

7. Os talibãs podem tirar-nos as nossas canetas e os nossos livros mas não podem impedir os nossos cérebros de pensar. Nós tínhamos medo mas esse receio não era tão forte como a nossa coragem.

8. A melhor maneira de resolver problemas e de lutar contra uma guerra é através do diálogo.

9. Algumas pessoas pedem a outras que façam algo. Porque é que eu devo esperar por alguém? Porque é que eu não dou um passo e não faço as coisas avançar?

10. O meu pai sempre me disse que eu seria livre como um pássaro.

Veja na página seguinte: Outras afirmações de Malala Yousafzai que também inspiram

11. Nós, mulheres, vamos trazer mudança [ao mundo]. Ao defendermos os direitos das raparigas, não nos devemos comportar como os homens, como eles fizeram no passado.

12. Há muitas figuras da história [mundial] que não acreditavam que podiam mudar as coisas e mudaram...

13. Os extremistas têm medo de livros e de canetas. O poder da educação assusta-os. Eles têm medo das mulheres.

14. Tento ver a mim mesma que já enfrentei a morte. Esta é a minha segunda vida. Mas não posso ter medo. Se tiver medo, não consigo avançar [com a minha vida].

15. Eu quero que as pessoas se lembrem que o Paquistão é o meu país. É como se fosse a minha mãe, a quem eu amo profundamente. Apesar de haver [lá] gente que me odeia, eu continuo a amá-lo!

15 afirmações de Malala Yousafzai que são verdadeiras fontes de inspiração

Texto: Luis Batista Gonçalves