Thisis Me é o nome das joias de autor desta jovem artista plástica que cria peças de uma grande simplicidade

Tem 25 anos mas ainda lhe pedem o bilhete de identidade sempre que a maioridade é exigida à porta. É licenciada em Artes Decorativas da Fundação Ricardo Espírito Santo, depois de ter feito o secundário na Escola António Arroio, onde fez o curso de joalheira, e uma pós graduação em Museologia tirada em Belas Artes. Até se formar, Sara de Sousa Botelho nunca mais pegou nas joias, mas enquanto fez o mestrado trabalhou numa galeria de joias de autor no Bairro Alto, e desde aí nunca mais se desligou das chapas de prata onde faz nascer toda a sua criatividade.

O gosto pelas joias já vem de trás?

Fiz o curso de joalharia na Escola António Arroio, e, mais tarde, trabalhei com a Tereza Seabra que é das melhores joalheiras de autor em Portugal, e uma das pioneiras das joias contemporâneas.

Só quando acabou a pós-graduação é que decidiu dedicar-se às joias a tempo inteiro?

Como na minha área está difícil, decidi virar-me para as joias porque é a minha paixão. Criei a marca Thisis me, o design foi feito por um designer, abri a página no Facebook e lancei a minha linha SilverCharm.

Por enquanto está só a trabalhar com prata?

Sim mas também faço peças com banho de ouro. É uma alternativa para quem prefere um colar dourado...

Vende as suas peças só pela internet?

Sim, pela página do Facebook, mas, brevemente, vou ter o meu site. Quem quiser encontrar as minhas peças pode fazê-lo no Facebook emthisismesb?ref=hl.

Esta atividade começou há quanto tempo?

Antes do Natal. Lancei a marca e comecei a trabalhar. De então para cá nunca mais parei de ter encomendas. E acho que está a evoluir bem, já apareci na Time Out e na Cosmopolitan, e a marca apareceu em vários blogues de moda.

Que tipo de peças gosta mais de fazer?

Gosto de peças muito simples, detesto coisas extravagantes. Só faço peças que eu gosto, ou seja, penso numa peça que eu gostaria de usar e faço-a, tendo sempre como motivação e inspiração a simplicidade dos objetos.

Se alguém lhe encomendar uma peça também faz?

Sim, já fiz encomendas de pessoas que gostam de coisas diferentes daquelas que eu faço. Já fiz também um anel de noivado, e outras peças especiais. Não é assim tão acessívelencontrar pessoas que façam peças por encomenda. E por isso crie a marca, não só para vender as peças que gosto e que estão na modamas também para realizar pedidos de outras pessoas.

Qual é o seu sonho?

É juntar dois dos meus sonhos: o da minha formação (Museologia e Artes Decorativas) porque gosto muito de antiguidades, tudo o que tenha história e adorava ter um antiquário, de preferência, onde pudesse ter a minha oficina para continuar a fazer as minhas joias.

E também recuperaria peças antigas?

Eventualmente. Quando fiz a licenciatura trabalhei em talha e contaria sempre com a ajuda da minha mãe que é restauradora.

Apesar de tudo as suas peças são comerciais?

Eu acho que sim, mas são em prata, um metal nobre. E isso faz toda a diferença. No entanto, apesar de serem peças de autor são extremamente acessíveis: tenho colares a partir de 40€, e brincos a partir de 20€. E em breve virão mais peças e outras coleções.

As joias já a ocupam o dia todo?

Sim, passo o dia inteiro a trabalhar.  Mas continuo à procura de trabalho na minha área. Ainda não desisti da Museologia. Enquanto não arranjo, faço uma coisa de que gosto muito.

As suas irmãs também usam as suas peças?

Usam  e adoram. A minha irmã mais velha é a principal consumidora da minha marca e também é o meu melhor mostruário... 

São joias especiais que podem ser usadas por toda a gente?

E de todas as idades. Como são joias de autor são especiais, tem um cunho próprio. Faço uma a uma, e por isso todas apresentam pequenas variações. Esse é o valor que eu quero transmitir ás pessoas, que as peças que eu faço são feitas a mão e não por máquina.

A prata adquire-se como?

Numa loja própria, que só vende produtos para esta área.

O que a distrai?

Adoro estar atualizada sobre moda e cultura,adoro uma noite de cinema, gosto de estar com os amigos e com o namorado, de passear e de viajar e principalmente de fazer programas culturais com a família.

Segue alguma tendência de moda ou a simplicidade é mesmo o seu lema?

Sigo o meu instinto, apenas, porque sinto que tenho sentido estético. As pessoas dizem-me que tenho bom gosto e isso agrada-me. Julgo que herdei isso dos meus pais. Em casa todos os apontamentos são pensados. E julgo que essa sensibilidade também do meu percurso académico, já que toda a minha vida de estudante foi estudar história e arte.

Adora ver museus?

São fundamentais. Nem faz sentido ir a um país e não ver a cultura.

O que a faz rir?

Uma boa piada do meu namorado e ver as pessoas felizes ao meu lado.

O que a comove?

Choro por tudo e por nada, mas basicamente coisas relacionadas com a minha família.

O que espera da vida?

Espero ser feliz, ter uma família grande e conseguir alcançar todos os meus objectivos profissionais.

O seu sentido de família é comovente. Quantos irmãos tem?

Somos seis, quatro raparigas e dois rapazes. Os meus irmãos são uma companhia constante. O primeiro mérito é dos meus pais que nos educaram para a família e sempre nos juntaram em todos os momentos.

É bom pertencer a uma família numerosa?

Quando se tem uma família assim, nunca se está sozinho. Temos sempre alguém para dividir e partilhar a alegria e a tristeza. Até hoje nunca afastei os meus irmãos da minha vida e nunca irei fazer, são parte fundamental na minha vida!