Nunca como agora se tornou tão imperativo gerir com arte e mestria os orçamentos familiares, ao cêntimo. Por isso mesmo, relembramos dos erros financeiros que as mulheres cometem mais frequentemente na gestão dos seus orçamentos. E porque ninguém nasce ensinado, aqui ficam também algumas dicas para conseguir fintar estas falhas e garantir que o saldo da sua conta bancária fica folgado.

1. Delegar no parceiro a gestão do orçamento:

Muitas mulheres pensam que são menos capazes em lidar com o dinheiro do que os homens. Por isso, acabam por delegar a gestão dos seus salários, a aplicação das suas poupanças e a generalidade das escolhas financeiras no parceiro. Susana Albuquerque, autora do livro Independência Financeira para Mulheres refere que este é um dos pecados capitais mais frequentemente cometidos pelo sexo feminino. "Ao tomarem esta atitude, as mulheres estão a entregar o seu poder, a sua capacidade de escolha e de aprendizagem em aprender a gerir o seu dinheiro. Conheço alguns casos em que a mulher confiou totalmente a gestão do seu dinheiro ao seu parceiro e que perante uma situação de divórcio ficou numa situação muito delicada", explica.

O que fazer?

Mesmo que considere que não tenha muitos conhecimentos financeiros, não se coíba de dar a sua opinião e de discutir com o seu parceiro a melhor forma como os rendimentos do agregado devem ser geridos. Caso contrário, a vida financeira da sua família poderá seguir um rumo com o qual não concorda e isso gerar conflitos e discussões.

2. Colocar-se sempre em segundo plano:

Existe uma tendência para as mulheres colocarem as necessidades dos outros – filhos, companheiro, familiares ou amigos – à frente das suas próprias necessidades. Por exemplo, fazerem um investimento avultado na educação dos seus filhos – colocando-os num colégio privado ou promovendo atividades extracurriculares e descuidarem o planeamento financeiro da sua própria reforma. O que é um erro.

O que fazer?

Os especialistas aconselham as mulheres a não anularem-se financeiramente e a tentarem encontrar um equilíbrio das prioridades financeiras do agregado familiar. Da mesma forma, é importante aprender a dizer não aos caprichos dos filhos.

3. Não ter um orçamento:

O Estado faz um orçamento anual. As empresas também. Então por que razão as famílias não haverão de fazê-lo? Este é o instrumento basilar que todas as mulheres devem ter presente para garantir uma vida financeira saudável. É este documento que vai permitir identificar quais são os gastos que podem ser cortados e as poupanças que podem ser concretizadas. É, pois, um documento estratégico. Mas são muitas as pessoas que ainda não o fazem. Umas porque consideram que não precisam de fazer um orçamento – o que necessitam é de ganhar mais – outras porque temem perder a sua liberdade financeira com este instrumento.

O que fazer?

"Fazer um orçamento, não é ter apenas uma ideia geral das despesas que se tem. É fundamental detalhá-las em papel ou numa folha de excel, pois só assim terá uma noção dos gastos que faz e onde pode poupar. Se ainda não faz um orçamento familiar detalhado, comece a fazê-lo já a partir de hoje. Fale com as suas amigas, peça ajuda. Hoje já existem imensos sites de literacia financeira que poderão ajudá-la a tirar dúvidas sobre a gestão do dinheiro e a construção de um orçamento familiar. Porque é isto que vai permitir melhorar a sua situação financeira", refere Susana Albuquerque.