O que é a taxa Euribor?

Podemos definir a taxa Euribor como a taxa de referência para os bancos da zona euro se financiarem. É uma taxa calculada diariamente baseada nas taxas médias praticadas em empréstimos interbancários. Ou seja, quando os bancos vendem dinheiro aos particulares têm de considerar a Euribor (taxa a que o banco se financiou).

Uma vez que a EURIBOR atingiu um valor abaixo do zero podemos vir a acreditar que vai haver maior facilidade de acesso ao crédito. Contudo, como vai lidar a banca com esta situação quando, em simultâneo, vivemos tempos de recordes de crédito em incumprimento?

Será mesmo uma realidade as taxas de juro negativas?

Para que alguém tenha uma taxa de juro negativa seria necessário que o Spread negociado não fosse suficiente para cobrir o valor da Euribor a negativo. Se tivermos em conta os “anos loucos” em que os bancos financiavam empréstimos habitação com spreads próximo do zero, poderemos vir a acreditar que há particulares que beneficiariam de uma taxa de juro negativa.

Contudo, é importante perceber que a Euribor a negativo é apenas no indexante a 1 mês e as Euribor negociadas nos créditos habitação são, no mínimo, a 3 meses, ou seja, para a Euribor ser mesmo negativa é necessário que a média da Euribor dos últimos 3 meses seja sempre negativa (o que ainda não se confirmou).

Estarão os bancos mais disponíveis para conceder crédito?           

Na teoria sim, mas na prática não será tão linear. Por um lado há um incentivo claro pelo BCE para que a banca injete dinheiro na economia real como forma de garantir que não há deflação.

Contudo, as lições da crise que estamos a passar fazem com que os bancos estejam com critérios mais apertados na conceção de crédito. Diria que vivemos um tempo de “purificação”. Ou seja, há um cerco mais apertado para evitar o crédito irresponsável, mas há uma vontade maior de financiar quem tem realmente condições de ser financiado.

Se é uma daquelas pessoas que quer investir no seu negócio, se procura um crédito para financiar estudos, se pretende antecipar uma compra importante e não está “afogado” em prestações de outros créditos, se está na hora de reformular alguma divisão da casa e tem rendimentos que permitam uma taxa de esforço confortável, entre outros exemplos, esta pode ser uma boa altura para procurar as melhores condições de crédito.

Há muitos portugueses que estão a beneficiar de processos de negociação de dívidas e assim conseguem beneficiar das taxas mais baixas que estão a ser praticadas atualmente no mercado. Pode verificar aqui um caso real de como cortar 600 € nas suas prestações financeiras.

João Raposo

www.doutorfinancas.pt