Os resultados não são animadores: oito em cada 10 mulheres (83%) consideram-se com potencial mas apenas 22% admite que o talento feminino é reconhecido em Portugal. Uma das áreas onde as mulheres se sentem menos reconhecidas é no âmbito profissional, com apenas 8,4% a admitirem que se sentem valorizadas. Apesar das mulheres com idades entre os 18-34 anos serem quem mais procura mostrar o seu potencial em busca de reconhecimento profissional, o estudo promovido pela Activia, em parceria com a Marktest e a Oficina da Psicologia,  revela que a geração dos 51-64 anos é onde mais mulheres se sentem realizadas como profissionais.

A discriminação e os preconceitos culturais em relação às mulheres (69,4%), o menor número de oportunidades (58,5%) e os critérios de sucesso maioritariamente masculinos (56,2%) são apontados como os maiores entraves ao reconhecimento do seu talento. Apesar das dificuldades que encontram, 91% das participantes concorda que todas as mulheres podem melhorar as suas competências, despoletando o seu talento, se se esforçarem para isso.

“A grande maioria das mulheres portuguesas reconhece em si, e nas mulheres em geral, talento e potencial, mas não acha que o talento das mulheres seja reconhecido em Portugal”, refere Filipa Jardim da Silva, psicóloga da Oficina da Psicologia. “A grande maioria das mulheres inclui nas suas maiores aptidões/talentos aspetos da sua personalidade e aspetos do âmbito emocional (como a tolerância, empatia, etc.) e da esfera intelectual. Um pouco mais para trás ficam as aptidões relacionais e as profissionais. Talvez por sentirem que este também é o aspeto menos valorizado em si pela sociedade”, acrescenta.

O mesmo não se pode falar do seio familiar, sendo esta uma das esferas em que o reconhecimento do talento feminino, de uma forma geral, não passa despercebido.Tal como explica a psicóloga clínica, “é nos seus papéis familiares que as mulheres portuguesas se sentem mais realizadas: como mães, cônjuges, filhas, etc". Por outro lado Filipa Jardim da Silva refere que apesar de termos percorrido um longo caminho na igualdade de géneros, as gerações mais novas - entre os 18 aos 34 anos- continuam a sentir-se pouco reconhecidas "como cônjuge, profissional, amiga e elemento da sua comunidade".

A importância do bem-estar e da autoconfiança

O mesmo estudo revela ainda que quatro em cada 10 mulheres não atingiu um grau de satisfação consigo mesma nos últimos seis meses em grande parte devido à autocrítica, que se manifesta de forma negativa diariamente na vida de 23% das inquiridas.

A pesquisa diz-nos ainda que 99% das inquiridas acredita que estar em sintonia consigo mesma facilita o desenvolvimento do seu talento, e 86% afirma que quer concretizar os planos que idealizaram, e mobilizam esforços nesse sentido.

“Quando as mulheres não se sentem alinhadas consigo próprias, há muitas oportunidades perdidas, fruto de uma retração natural: duvidam das suas capacidades pessoais e não se arriscam para fora da sua zona de conforto, perdem oportunidades profissionais, não experimentam coisas novas, não partilham as suas opiniões”, analisa ainda a psicóloga.

O papel de uma forte autoestima é para 85% das mulheres a maior ferramenta de que dispõem para alcançarem os seus objetivos e sonhos, sendo que 66% afirma que quando a autoestima está em baixo duvidam das suas competências pessoais e profissionais e optam por não sair da zona de conforto.

Recorde-se que este estudo foi levado a cabo a propósito da nova campanha da Activia “Viver Insync”, que tem como objectivo inspirar todas as mulheres a sentirem-se bem consigo próprias, de modo a conseguirem atingir o seu máximo potencial e a superarem todos os factores externos que podem pôr em causa a sua autoestima e a sua força interior.