É arquiteta, mas trocou o estirador pelo fitness, e, no último ano, encontrou uma nova paixão: o coaching.
Mãe de duas crianças de dois e cinco anos, e com uma intensa atividade profissional, Mariana Monteiro, de 32 anos, está feliz com o seu caminho porque sabe exatamente o que quer da vida e por isso hoje sente-se muito mais completa e realizada.

Que tipo de coaching está a fazer?

Que tipo de coaching está a fazer?
Faço life coaching, tem a ver com agir na área da vida em que a pessoa mais sente necessidade. Imagine uma pessoa que tem problemas de relacionamento, tem um sonho ou uma coisa que gostaria de fazer... Nas sessões de coaching vou buscar tudo o que a pessoa tem dentro dela que lhe permite encontrar caminhos.

E o fitness onde fica?
A minha ideia, até porque trabalho há muitos anos na área do fitness e adoro, é juntar o coaching ao bem-estar. Nas minhas últimas formações percebi que faz todo o sentido juntar as duas coisas porque vou conseguir ajudar muito mais as pessoas trabalhando as duas vertentes.

Como é que uma arquiteta dá aulas de fitness?
Foi uma paixão tardia. De facto, fiz o secundário da área das artes, conclui o curso de arquitetura, fiz o estágio e estou inscrita na Ordem dos Arquitetos, mas desde o início do curso que ia, com uma amiga, ao ginásio próximo da minha universidade. Como éramos as únicas duas pessoas que estavam no ginásio a seguir ao almoço, tínhamos um instrutor só para nós e isso fez-me evoluir e motivou-me muito.

Aí pensou que o exercício físico podia ocupar um lugar mais importante na sua vida?
É verdade. No terceiro ano de arquitetura decidi ir aprofundar os meus conhecimentos na área do exercício porque pensava que mais tarde iria conseguir trabalhar durante o dia num atelier e ao fim do dia e aos fins de semana num ginásio.

Era uma visão romântica do trabalho...
Inicialmente achava que ia conseguir juntar as duas atividades, mas, de facto, aquela paixão inicial pela arquitetura foi-se desvanecendo e, aos poucos, o fitness foi ganhando terreno na minha vida.

O que a entusiasmou assim tanto nas aulas de ginástica?
O contacto direto com as pessoas e o facto de eu sentir que naquele momento estou a ajudar alguém ou que faço algo de positivo e diferente na vida de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, fez-me apaixonar por esta atividade.

Começou a trabalhar no clube Active Life?
Comecei a trabalhar no fitness em outros clubes mais pequenos há cerca de 10 anos. E precisamente há sete anos, comecei no Active, assim que o clube abriu. Foi uma decisão difícil porque ninguém me obrigou a fazer arquitetura, mas decidir outro caminho depois de estar licenciada não foi fácil, só que o fitness foi preenchendo cada vez mais a minha vida.

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A dar aulas e a estudar cada vez mais.
Fiz várias formações na área do fitness e por fim fiz uma pós-graduação em exercício, nutrição e saúde.

Acabou por nunca fazer arquitetura?
Fiz. Afinal estive a estudar cinco anos mais um de estágio, estou inscrita na Ordem dos Arquitetos e achei que não podia deitar todo esse tempo e investimento fora. Há pouco tempo comprei um terreno e assinei o meu projeto. Ainda não está construído, mas vou ter o prazer de ver nascer a minha casa.

A arquitetura desenvolveu-lhe a criatividade?
Sem dúvida. Até a dar aulas sinto que sou criativa mas, para dar ainda mais asas à minha criatividade, há cerca de três anos abri uma loja de artesanato com o meu pai e a minha irmã. Não tem a ver com arquitetura mas tem a ver com o processo criativo e isso acabou por complementar o meu gosto pela arte.

Faz algumas peças para a sua loja?
Faço bijutaria e algumas outras peças criativas. A loja tem outros artesãos e outros artistas mas também me permitiu continuar a pôr em prática a minha criatividade.

Até que no último ano surge o coaching na sua vida.
Já fiz quatro formações e, curiosamente, o coaching ajudou-me a ver que tenho necessidade de um rumo mais traçado. Afinal, para além do coaching, tenho a loja, faço vendas online, tenho o ginásio, tenho os PT e os PT fora do ginásio. O auto-coaching ensinou-me a não abrir tanto o leque de atividades, mas a focar-me mais e a ser mais eficiente.

E acha que vai mesmo conseguir juntar o fitness e o coaching?
Tenho a certeza. Vou continuar a desenvolver a minha parte criativa que é muito importante na minha vida e vou ajudar mais e melhor as pessoas.

São os seus alunos de fitness que a procuram para o coaching?
Por enquanto estou a ajudar os amigos, os amigos dos amigos e algumas pessoas através do Facebook que é um excelente veículo de divulgação. Trabalho também coaching com os meus clientes de PT que tenho fora do ginásio, no ginásio ainda não decidimos os parametros em que vou trabalhar nesta área, e como a honestidade e a ética são muito importantes para mim, não divulgo para já o coaching no clube.

Tem mais homens ou mulheres nas suas sessões?
Mais mulheres. Não sei se é por eu ser mulher, ou se é mesmo uma razão cultural que leva as mulheres a procurarem mais ajuda.

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A crise pode potenciar o número de pessoas a procurar ajuda?
Sim. Tenho várias pessoas que me procuram porque estão com medo do futuro e do presente e algumas nem sabem como sair do presente em que estão. Também tenho a sensação que as pessoas têm tendência a unir-se mais.

Dê um exemplo de um exercício de coaching?
Depende muito do assunto e da pessoa em questão, mas algumas vezes sugiro às pessoas que peçam aos amigos, através do email ou do Facebook, para lhes enumerarem duas qualidades. Depois deste exercício qualquer pessoa se sente mais valorizada.

No meio de toda esta intensa atividade profissional é mãe de duas crianças.
O Tomás tem cinco anos, e o Vicente, dois. Quando entrei no Active Life conheci o meu marido que é o amor da minha vida e devo isso ao clube onde trabalho. No início, falámos muito sobre a melhor altura para ter filhos e chegámos à conclusão que esperar pela estabilidade não existe! E como ambos queríamos muito ter filhos, decidimos tê-los cedo.

Consegue conciliar os horários para ter tempo para os filhos?
Não é fácil, mas conseguirmos ter tempo de qualidade com eles. A nossa prioridade é criar os nossos filhos activamente. Podemos contar com a ajuda da família mas queremos vivê-los intensamente. Normalmente um de nós vai levá-los à escola e o outro vai buscá-los, não queremos deixar esse trabalho para os avós.

E aos fins-de-semana fazem programas a quatro?
Sempre que é possível. As vezes faço só eu, outras vezes faz só o pai porque algumas vezes trabalhamos ao fim de semana, pelo menos parte dele.../p>

Qual é o seu sonho?
Só recentemente é que comecei a pensar nisso e cheguei à conclusão que não faz sentido ter vários pequeninos, mas sim um grande. E desde o ano passado que o meu sonho é ajudar os outros, e fazer a diferença na vida das pessoas! O meu grande sonho é ter um espaço meu para juntar o coaching ao bem estar.

Se as pessoas que estão a ler esta entrevista quiserem contactá-la como é que fazem?
O site ainda está em construção mas podem fazê-lo através do Facebook: www.facebook.com/stepup2mm. Podem também encontrar-me no Active Life ou na minha loja Com tempo, em Lisboa, onde também dou sessões de coaching.

É verdade que não há coaching sem ação?
Não há mesmo. E isso é que nos diferencia de outras terapias. A pessoa tem um objetivo e depois tem uma série de soluções para lá chegar e o nosso trabalho é desenvolver e acompanhar esses passos.

Sente-se realizada?
Sinto-me muito bem. Sei qual é o meu caminho, e como posso divertir-me a percorrê-lo e estou muito satisfeita com as minhas escolhas. Sinto que estou aberta ao presente e ao futuro, e por isso hoje sinto-me muito mais completa e realizada.

 

Texto: Palmira Correia