Está ligada à Nuclivida, uma empresa que se dedica à medicina física e de reabilitação, especialmente vocacionada para o tratamento da dor no segmento sénior.

No passado dia 10 de Outubro, Linda Borges da Silva abraçou um novo projecto: inaugurou nas Olaias, em Lisboa, o primeiro Clube Sénior, uma aposta ganha à partida.

Quantas clínicas tem a empresa?

Neste momento temos três clínicas, duas em Lisboa e uma em Almada, especializadas no tratamento da dor porque achamos que é o que mais apoquenta os cidadãos, sobretudo a população sénior. Está provado que 80 por cento da população acima dos 65 anos sofre de dor.

Há quem lhe chame a doença silenciosa…

Sem dúvida. Quando uma pessoa tem dor todos os dias, acaba por perder a qualidade de vida. Normalmente o que as pessoas fazem é tomar uma panóplia de comprimidos para eliminar a dor e chegam ao ponto de os analgésicos já não surtirem qualquer efeito.

E acabam por se habituar a conviver com a dor?

Muitas vezes adotam posturas incorretas para se defender, deixam de fazer a sua vida normal e passam a viver mais isolados porque realmente a dor tira a disposição para fazer o que quer que seja… a população sénior é quem sofre mais com este problema!

Por isso divulgaram e introduziram há aproximadamente dois anos em Portugal um equipamento de eletroterapia que se pode usar em casa para minimizar os efeitos da dor.

A eletroterapia é um recurso terapêutico na área da fisioterapia que promove essencialmente a analgesia (controle e alivio da dor). A inovação está no facto de o doente após um rastreio de dor efectuado por um fisioterapeuta poder adquirir o equipamento para se tratar em casa.

A inovação foi adaptar algo que já existia a uma utilização mais eficaz?

De facto a eletroterapia é uma técnica usada em qualquer clínica. O que acontece é que com a tecnologia e método Nuclimed o doente passa a ter a vantagem de poder utilizar o seu equipamento as vezes que forem necessárias, bem como gerir o tempo de utilização da forma que mais lhe convém e em todas as zonas que necessita.

Qualquer pessoa pode utilizar o equipamento em casa?

Os nossos utentes têm formação para o utilizar em casa, mas se não quiserem podem continuar a fazer os tratamentos nas nossas clínicas. A nossa mais-valia não é só o tratamento em si, mas todo o serviço que nós proporcionamos.

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Já percebi que são muito atenciosos com os vossos utentes.

Para além da qualidade técnica dos nossos profissionais, já que todos são fisioterapeutas, os nossos doentes têm avaliações mensais e são vistos pelo fisiatra. O médico também pode prescrever outros tratamentos complementares da área da fisioterapia que nós asseguramos nas clínicas.

E se o paciente não quiser ou não puder comprar o equipamento?

Não é obrigatório. Nós vendemos pacotes de tratamentos à semelhança de todas as clínicas de Fisioterapia. A vantagem de adquirir o equipamento é que os tratamentos ficam muito mais baratos. Há pessoas que têm problemas na cervical, na lombar, artrose no joelho, pernas inchadas… e, para isso, teriam de fazer vários tratamentos o que, em termos económicos, fica muito dispendioso.

Os tratamentos são caros?

Um pacote de oito tratamentos custa 70€, mas se a pessoa tiver quatro problemas gasta-os em duas sessões, daí a vantagem de adquirir o nosso equipamento, para poder usá-lo em casa e em qualquer zona do corpo onde tenha dor.

O acompanhamento é gratuito?

Completamente gratuito. Proporcionamos um serviço personalizado, atuando de forma global unindo o conhecimento científico à humanização na prestação dos cuidados de saúde, de forma que os nossos utentes se sintam confortados, acarinhados e apoiadas.

Por isso têm outros tratamentos para oferecer?

Os médicos chegaram à conclusão que a eletroterapia é muito boa para a analgesia mas também há muitos idosos que começam a perder a mobilidade. Daí termos implementado nas clínicas sessões de mobilidade geral, ou seja, sessões de ginástica corretiva ministradas por fisioterapeutas.

Quantos idosos circulam nas clínicas Nuclivida?

Mais de dois mil. A média etária é de 75 anos, mas orgulhamo-nos de ter uma utente com 96 anos que vem à clínica pelo seu pé.

O equipamento também se vende nas farmácias?

Sim. Temos fisioterapeutas colocadas por nós nas farmácias a fazer os mesmos rastreios de dor que se fazem nas clínicas e isso traz-nos pacientes mais jovens. Passámos a ter pessoas com 40-50 anos.

Este tratamento também pode ser usado pelos jovens que praticam desporto de alta competição?

Sem dúvida. A eletroterapia atua sobre duas áreas: lesões crónicas, que são a esmagadora maioria dos nossos pacientes, e dor aguda, geralmente provocada por lesões. No entanto, alguns tratamentos da dor aguda precisam de outras terapias dentro da fisioterapia.

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Acabam de abrir em Lisboa o primeiro Clube Sénior?

Resolvemos levar a cabo esta nossa iniciativa para proporcionar ao sénior bons momentos de convívio e aquisição de conhecimentos. Nas nossas clínicas verificamos que a população mais idosa vive isolada e em constante solidão, pese embora quase todos tenham vontade de aprender e ensinar, rir e brincar.

E escolheram o Clube das Olaias, que é um excelente espaço físico.

Fizemos questão de encontrar um espaço onde os nossos seniores não se sentissem relegados, e este tem a vantagem de estar inserido num health club frequentado por pessoas de todas as idades.

Apesar de o clube ter as suas próprias instalações, os seniores podem interagir com os outros utentes?

Sem dúvida, Podem cruzar-se com pessoas mais novas e até almoçar ou conviver na cafetaria.

Que atividades os seniores podem desenvolver no clube?

Têm atividades físicas, lúdicas e culturais. Podem fazer teatro, dançar, pintar, fazer uma tapeçaria, aprender a utilizar o computador, jogar, ir à piscina ou tomar um chá com os amigos. Para além disso, podem assistir a workshops variados ministrados por especialistas das várias áreas.

E nunca estão sós!

Essa é, quanto a mim, uma das maiores vantagens do clube, para além de poderem contar com a intervenção de animadores socioculturais, técnicos habilitados a poder ajudá-los.

Que idades têm os seus filhos?

O Gonçalo tem 17 anos e a Bárbara, 14.

O que a distrai?

Sou muito focada nos meus filhos porque a minha prioridade sempre foi a minha família e só depois a carreira.

Mas está permanentemente envolvida em projetos?

Já há alguns anos que estou ligada a clínicas médicas. Em 1998 comecei com uma clínica de medicinas alternativas que mais tarde se transformou numa clínica estética e atualmente estou neste projeto da medicina física e de reabilitação.

Tem algum hobi?

Gosto imenso de moda, tanto que até já tive uma escola de manequins.

O que lhe dá prazer?

A minha família e os meus amigos. Para eles estou sempre disponível. Também gosto de praia e adoro viajar.

Nunca foi empregada de ninguém?

Já. Trabalhei numa empresa de turismo.

Qual é a sua área de trabalho dentro da empresa?

Como tenho muita sensibilidade e boa intuição para filtrar pessoas, sou responsável pelos recursos humanos, enquanto o meu marido trata da parte comercial. Costumo dizer que raramente me engano com as pessoas e isso dentro de uma empresa é uma mais-valia.

Discutem a estratégia da empresa juntos?

Sim. O meu marido ouve sempre a minha opinião quer seja em casa ou a viajar. Inspiramo-nos em muitas coisas que vemos fora.

Tem valido a pena?

Claro que sim.

Texto: Palmira Correia

Foto: Miguel Duarte