É tão bom poupar dinheiro

Poupar dinheiro é muito bom. Infelizmente não conseguimos poupar dinheiro todos os meses. Ou não queremos. Ou não nos mentalizamos nesse sentido. Mas todos sabemos qual a sensação que temos quando conseguimos amealhar algum dinheiro que nos permitirá atingir os nossos objetivos ou realizar os nossos sonhos.

Se poupar dinheiro é muito bom e sabe muito bem, tal não significa que seja fácil. Aliás, sabemos a dificuldade que temos em cortar custos (a propósito, veja aqui algumas estratégias para reduzir os seus custos mensais). Mas uma vez encontradas algumas fontes de “desperdício” é mais fácil poupar dinheiro todos os meses.

Conseguiu cortar custos? E agora?

Muitas das pessoas que conseguiram um crédito consolidado com a Reorganiza são confrontados com um “problema bom”. O que fazer ao dinheiro extra? Reduziram as suas prestações e gostariam de alguma orientação. Tipicamente, a tentação passa por fazer um novo crédito ou por embarcar em novas formas de consumo. Não que tenha nada de mal gastar dinheiro e satisfazer as nossas necessidades mas… por que não pensar de forma diferente?

Garanta a sua qualidade de vida

A primeira prioridade das famílias passa por ter ou garantir níveis adequados de qualidade de vida. Infelizmente, muitas famílias sobre endividadas acabam por ter de fazer demasiados sacrifícios que colocam em causa a sua qualidade de vida. Assim, o primeiro destino a dar ao seu dinheiro são todas aquelas despesas essenciais (atenção… são mesmo as despesas essenciais e não outras que são aparentemente essenciais).

Tenha um fundo de emergência

A segunda prioridade para quem conseguiu cortar custos passa por ter um fundo de emergência que lhes garanta a tranquilidade necessária ao longo do mês. Sabemos que as nossas vidas são permeáveis a imprevistos e que estes imprevistos acabam por ter consequências financeiras… ter um pé-de-meia poderá ajudar em muito a sua tranquilidade (e talvez evitar algumas discussões e problemas familiares).

Acabe com os seus créditos

Uma terceira prioridade deverá ser a de acabar com os créditos com taxas de juro elevadas. Recentemente o SAPO publicou um artigo sobre “Porque Não Deve Fazer um Depósito a Prazo” cuja leitura recomendamos. A ideia de base é que, hoje em dia, não faz qualquer sentido ter um depósito a prazo na medida em que assumimos riscos e não somos remunerados por isso. Mas valerá eliminar as nossas dívidas, um dos grandes investimentos que poderemos fazer (elevada taxa de retorno, ausência de risco e de impostos).

Constitua uma conta poupança

Temos escrito muito sobre a preparação da Reforma e a necessidade de pensar para o longo prazo (aliás, recentemente publicámos um livro chamado “Viva Uma Reforma Feliz” que procura alertar para esta inevitabilidade). Ter uma conta poupança de longo prazo pode ajudá-lo a realizar os seus sonhos… e se acredita que não é possível, por que não começar com pouco e ir reforçando o seu PPR à medida das possibilidades?

Cuidado com a publicidade

Depois de momentos de austeridade temos a tendência de descontrair. Achamos que nos devemos compensar e que temos direito a alguma folga… infelizmente, acabamos por desconsiderar os pontos que acima referimos e cedemos às tentações de consumo. Não tem nada de errado termos alguns mimos mas estes mimos não podem colocar em causa a nossa saúde financeira. Nunca se esqueça que poupar é deixar de consumir hoje para consumir no futuro. Tudo o que acumular hoje irá poder usar no futuro… mas com juros. Poupar compensa J

João Raposo