É dona da maior empresa de equipamentos para estética em Portugal e orgulha-se do percurso que fez com muito trabalho e dedicação.

Natural de Granada adoptou o nosso país para viver: “É aqui que tenho a minha família, a minha empresa, a minha casa, os meus amigos, a minha conta bancária. É aqui que tenho tudo!”, desabafa Agueda Jimenez no seu gabinete de trabalho virado para o El Corte Inglés.

Há quantos anos está em Portugal?

Casei-me com um português e, como projecto de vida, pensámos abrir uma empresa a que demos o nome de Sorisa. Já lá vão 31 anos. Viemos atrás da nossa ilusão e ainda hoje, mesmo com a crise, continuamos cheios de ilusões.

Porque decidiu dedicar-se a esta área da estética e bem-estar?

O meu marido trabalhava no sector da fisioterapia e reabilitação em Espanha, e eu era enfermeira e depois fui esteticista. Esta paixão surge na sequência das nossas profissões. Vimos que havia um nicho de mercado que era o da fisioterapia e da estética, e, como éramos jovens, e tínhamos algum dinheiro para investir, instalámo-nos em Portugal.

A empresa nasce em Lisboa?

A sede da empresa esteve sempre em Lisboa, primeiro junto à Sé, depois na Bica do Sapato e, há 12 anos, montámos a escola junto ao El Corte Inglés, para além da sede que é um edifício completo, junto ao aeroporto onde funciona a logística, o marketing, a formação e o apoio ao cliente.

A Sorisa é a maior empresa de equipamentos estéticos em Portugal?

Sem querer parecer vaidosa, penso que somos a empresa número um. Temos lojas em Lisboa, Porto, Coimbra, Faro e Funchal, e cerca de 150 funcionários e 30 vendedores! Não conheço nenhuma outra empresa que exista ou tenha existido com esta estrutura.

Os equipamentos espanhóis têm um peso grande na empresa?

Apenas 5%, de Itália, 2%, e as restantes 93% das nossas representações vêm dos Estados Unidos e de França, que são os nossos grandes fornecedores.

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Qual é a vossa marca de referência?

Temos marcas muito conceituadas no mercado: Guinot, Decleor, Skeyndor e Payot. São estas marcas que nos têm mantido na vanguarda do sector profissional. Também temos um sector de franchising que são os SPA Essentials, e que tem sido um nicho de mercado que nos tem dado muitas alegrias.

O seu filho também está no negócio?

O meu filho tem 40 anos e, desde há dois anos, é o director da Sorisa, e tenho um neto maravilhoso com 13 anos, que tem sido a nossa grande alegria.

E bom sentir a continuidade da empresa através do seu filho?

É muito bom. A minha nora também trabalha no grupo SORISA, é directora dos SPA, e está muito bem conceituada nos melhores hotéis do Algarve, do Norte, do Centro do País, em Lisboa e Cascais. Neste momento já dirige seis SPA. É uma pessoa maravilhosa.

Vem todos os dias à empresa?

Todos. Tem sido uma entrega desde as 8H30 até às 22 horas, e mais de 90 por cento do meu tempo na empresa é passado nas instalações em frente ao El Corte Inglés porque é aqui que temos a escola de estética, um departamento que dá muito trabalho.

Agora que o seu filho está à frente da empresa não está a pensar abrandar o ritmo?

Estou a tentar travar um pouco, mas não me deixam. Mais do que as solicitações, as responsabilidades são muitas.

A Sorisa é uma marca exclusiva para profissionais da estética?

Absolutamente. Para além dos produtos de gabinete, colmatamos nichos de mercado muito interessantes, nomeadamente, o sector de reabilitação, desde a electroterapia à mecanoterapia, um sector muito dinâmico e em franco desenvolvimento, uma vez que, graças ao envelhecimento da população, há cada vez mais idosos a precisar destes apoios.

Os outros sectores já são mais dedicados ao bem-estar?

Montamos ginásios com todos os equipamentos de fitness, musculação e manutenção física, isto é uma área em que as grandes marcas continuam a investir porque é um sector muito vivo, depois temos o sector de estética em que montamos clínicas de todas as dimensões, ainda temos a estética médica para apoio às pós-cirurgias plásticas faciais ou corporais, uma área em franco desenvolvimento porque a mulher cada vez mais precisa de se sentir bem.

E também tem equipamentos para tratamento?

Temos as cavitações e as radiofrequências que são quase milagrosas para tratar a celulite e a flacidez, e este tem sido um nicho de mercado muito bem. E, finalmente, temos os SPA, um misto de tratamentos e relax, que começámos a trabalhar há mais de 10 anos.

Como faz para se manter actualizada em relação aos novos equipamentos e novas técnicas?

Trabalhamos com as empresas mais avançadas do sector, pelo que sabemos das novidades antes do mercado e nunca falhamos uma feira em qualquer parte do mundo. Vai sempre uma pessoa da direcção, eu ou o meu filho, o director de marketing, e uma ou duas pessoas do sector de formação. Corremos menos riscos se ouvirmos várias opiniões.

Para além de empresária, também é mãe. Que importância atribuiu a esse papel ao longo da vida?

Sempre fui uma mãe galinha. Como fui mãe muito jovem, fui mais amiga do que mãe e sempre dediquei todo o tempo possível ao meu filho. Tenho a sorte de ter o filho mais maravilhoso do mundo. Ainda hoje quando estamos juntos, procuramos estar de corpo e alma.

O seu sonho ainda é voltar um dia a Espanha, ou adoptou Portugal definitivamente para viver?

À parte da minha pronúncia, sinto-me portuguesa. Tive tudo o que quis e é aqui que tenho a minha família, a minha empresa, a minha casa, os meus amigos, a minha conta bancária. É aqui que tenho tudo! E até a minha terra eu tenho aqui porque tenho um vaso na minha varanda cheio de terra de Granada.

Valeu a pena esta jornada?

Não é fácil vencer num país que não é o nosso, mas valeu a pena! Vivo, respiro e amo Portugal.

Texto: Palmira Correia