Licenciou-se em engenharia alimentar na Universidade Católica mas a paixão pelo vinho começou em casa dos avós que produziam vinho caseiro. Lembra-se de estar ao lado do avô, enquanto pisava as uvas e, ainda hoje, quando fecha os olhos, sente o cheiro dos bagos acabados de pisar.

Quando é que decidiu ter uma carreira relacionada com vinho?

No último ano do curso, candidatei-me a um estágio na Califórnia e foi aí que me apercebi que queria seguir uma carreira relacionada com vinho. Por isso, fui para a Universidade de Davis, na Califórnia, estudar viticultura e enologia.

No regresso a Portugal, foi convidada para ser diretora de vinhos do Hotel The Yeatman, quais são os seus objetivos nessa função?

Tornar o The Yeatman num embaixador dos vinhos portugueses. Pretende-se que esta experiência seja multissensorial, que conjugue gastronomia, vinhos, o ambiente e a vista sobre o Rio Douro. Procuro também desmistificar o conceito de provar vinho e organizamos os vinhos por personalidade, para que cada pessoa possa escolher o vinho de acordo com o seu perfil.

A carta de vinhos do The Yeatman foi distinguida pela revista norte-americana Wine Spectator como uma das melhores do mundo, o que significa esta distinção?

A Wine Spectator é uma das mais influentes publicações de vinhos a nível mundial e este reconhecimento é um enorme prestígio, não apenas para o The Yeatman, mas também para os vinhos portugueses. O nosso «Wine Book» é composto por 1.200 vinhos.

Ter sido convidada para ser júri do concurso Mundus Vini foi um reconhecimento do trabalho que tem vindo a desenvolver?

A Mundus Vini é considerada a maior prova cega do mundo e faço parte do júri deste evento desde 2010, o que é um enorme prestígio, não só por se tratar de um reconhecimento do meu trabalho, mas também uma oportunidade de representar Portugal.

Qual o melhor e o pior momento da sua carreira?

Felizmente a minha carreira está preenchida de bons momentos. Destacaria o prémio que acabamos de ganhar da [revista] «Wine Spectator». É óbvio que os momentos menos bons também existiram, mas a minha filosofia é de que estes momentos surgem como uma oportunidade de aprendizagem.

3 regras essenciais ao sucesso

As recomendações para o êxito profissional que Beatriz Machado preconiza:

- É preciso trabalhar muito, fazendo aquilo que gostamos. Sem encontrar uma carreira que nos apaixone, é impossível alcançar o sucesso.

- Dedicação e empenho total. Vejo o sucesso na minha carreira como um percurso contínuo e não como uma meta atingida.

- Não devemos colocar limites, nem catalogar nada como impossível.

Texto: Rita Caetano