Visto estarmos, praticamente, a meio do mês de agosto, nesta altura do ano reduzimos a atividade no trabalho, andamos todos a meio gás e um número significativo de pessoas aproveitou para tirar férias.

Como bem sabemos, durante o ano inteiro, ficamos condicionados aos hábitos e rotinas do dia a dia, andamos numa correria de um lado para o outro, cheios de stress e preocupados com o trabalho, agarrados ao telemóvel e/ou ao computador.

A dica desta semana é um convite para dedicarmos algum tempo de qualidade a interagirmos uns com os outros e fazermos uma coisa diferente. Fazer um jogo de grupo.

Através do trabalho de grupo conseguimos experimentar um nível de estimulação capaz de ativar processos que permitem a tomada de consciência das dimensões intrapsíquicas e relacionais do funcionamento humano facilitando a aquisição de novos conhecimentos – pensar, sentir e criar vínculos com as outras pessoas.

O objetivo do jogo de grupo é estimular o funcionamento psicológico dos seus participantes envolvendo três dimensões: 1. Dimensão emotivo-afectivo 2. Dimensão cognitiva e a 3. Dimensão experiencial. Neste sentido, sugeria que organizasse um grupo de pessoas. Podem ser família ou amigos.

Eis o jogo

- Objetivo do jogo: Consiste no auto conhecimento e no conhecimento mútuo. Os participantes devem ter como critério o nível de honestidade e de confiança em relação aquilo que decidem expor de si próprios ao grupo.

- Nº de participantes: 10 pessoas no máximo. Crianças a partir dos 12 anos.

- Material: Papel e canetas

Nomeia-se um facilitador/dinamizador, que também é participante, para zelar pelas regras, funcionamento e determinar o início e o fim do Jogo.

Cada participante escreve numa folha 5 frases começadas por «Eu sou…», mais 5 frases começadas por «Eu gosto de …» e mais 5 frases começadas por «Eu quero…»

Se quiserem podem variar o número das frases, podem ser 5 ou mais, dependendo do número de participantes e da disponibilidade de tempo.

Após todos completarem as frases, escolher um parceiro se conheça menos bem.

Durante 10 minutos os pares vão partilhar um com o outro o que quiserem sobre as suas frases. Nota: não é obrigatório partilhar tudo, só aquilo que cada um estiver à vontade para o fazer.

No final reúnem-se todos os participantes (grupo grande) e aproveita-se para partilharem as reflexões sobre o jogo.

Regras do jogo

Não fazer crítica negativa, praticar a escuta ativa e a empatia, não interromper e eliminar qualquer tipo de agressividade ou intimidação. Os participantes devem participar como um todo, isto é, não devem auto nomear “advogados” ou criar “aliados”. Cada individuo tem o direito de expressar os seus sentimentos sem receio de represálias. Começar e terminar o jogo segundo o horário definido pelos participantes, por exemplo, 60 minutos, duas horas no máximo. Não utilizar o telemóvel e desligar a televisão. A sala deve ser tranquila e reservada.

“Não faças ao outro aquilo que não gostarias que fizessem a ti”.

Se tem filhos este tipo de atividade/jogos podem revelar-se importantes para você treinar a escuta ativa sobre os interesses e sentimentos dos seus filhos.

Seres sociais

Nenhum de nós ambiciona ser uma pessoa falsa ou viver uma mentira, todavia, os medos e a vergonha que sentimos e os riscos envolvidos na comunicação honesta parecem ser intensos e ameaçadores, de tal forma que se torna uma reacção natural buscar refúgio nas máscaras, nos jogos e nos papéis sociais que desenvolvemos uns com os outros. Exemplo, aparências, estatuto social, etc. Todos nós estamos expostos a esta condição, e ao invés de ser encarado como um preconceito ou estereótipo, pode revelar-se como o ponto de partida para a mudança de atitudes e comportamentos, na arte de bem viver. Somos seres gregários e a forma como expressamos as nossas necessidades, uns com os outros é através da comunicação. Melhoramos a comunicação honesta, se estivermos dispostos ao auto conhecimento e a conhecermos os outros.

As pessoas mais felizes gostam de pessoas.

"Se falares a um homem numa linguagem que ele compreenda, a tua mensagem entra na sua cabeça. Se lhe falares na sua própria linguagem, a tua mensagem entra-lhe diretamente no coração."

Nelson Mandela

 
João Alexandre Rodrigues

Addiction Counselor

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