Nas relações entre pessoas, os conflitos são inevitáveis, e contrariamente ao que podemos pensar, são essenciais, porque permitem a definir regras de conduta daquilo que podemos designar de «bom comportamento». O conflito visa reforçar ou desgastar a relação. Por mais que queiramos, não conseguimos relacionar da mesma maneira com todas as pessoas e vice-versa. Uma das questões mais relevantes na gestão dos conflitos centra-se na comunicação, entre ambas as partes, e no padrão de argumentos que cada um utiliza.

A qualidade do relacionamento com o nosso parceiro romântico, familiar, colega de trabalho, amigo não é determinada pela existência e frequência ou não de conflitos, gerados pelas diferenças de personalidade ou pelas semelhanças, mas pelos argumentos que utilizamos. Provavelmente, você já se sentiu muito próximo do seu parceiro romântico após um conflito. Ou apercebeu-se, com gratidão, que um velho conflito, com o seu colega de trabalho, ficou resolvido definitivamente, graças ao entendimento gerado entre ambos.

Por outro lado, nos mesmos contextos de conflito, recorremos aos mesmos argumentos, que na pratica são um sorvedouro de energia e que ao invés de a aproximar do entendimento com o outro, pelo contrario, geram mais frustração, impotência e raiva. Ou adoptarmos o jogo da culpa e o argumento do culpado – «bode expiatório».

Nos relacionamentos interpessoais, para haver conflitos, basta haver duas pessoas.

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Dica

Nas relações interpessoais existe uma dinâmica que está associada ao poder, por exemplo, durante um conflito, utilizamos com muita frequência estas afirmações: “Tens razão” ou “não tens razão.”

  • A fim de utilizar os argumentos, que reforçam o diálogo, evite a agressividade (raiva), a humilhação, a calúnia, o ressentimento. Monitorize o seu estado de humor antes de iniciar a argumentação. Se você se sente tensa, tem duas opções:

1. Carrega a tensão sozinha ou

2. Procura aliviar a tensão expressando os seus sentimentos.

Opte pela nº2.

  • Nos argumentos que utiliza seja específica no feedback. Recorra à sua experiência e a factos concretos.
  • Planeie com antecedência a gestão dos conflitos; evite contextos que possam distrair a atenção ou contribuírem para agravar o problema. Peça sugestões ao outro, sobre a melhor altura para abordar o conflito.
  • Na comunicação honesta e sincera (sentimentos) existe abertura ao feedback, sentido de humor e aceitação dos erros de ambas as partes, aceitam-se as diferenças, cada individuo assume os seus próprios interesses individuais, disponibilidade e escuta activa.
  • Descubra quais os argumentos que fomentam o diálogo e os argumentos que boicotam o diálogo. Controle os seus argumentos, antes que os argumentos o controlem a si. Pergunte-se a si mesma: Qual é o problema?
  • Quer os conflitos reforcem ou desgastem as relações interpessoais, é importante a qualidade dos argumentos que você utiliza.

João Alexandre Rodrigues

Addiction Counselor

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