Na minha opinião, em termos da nossa cultura, como adultos, não estamos programados para receber e ou dar elogios, apesar de sentirmos necessidade desse reconhecimento e legitimação.

Apresentamos uma predisposição desmesurada para competir. Uns sentem que são vencedores e outros sentem que são uns falhados. Aqueles indivíduos com baixa auto estima, que não dão elogios, quando recebem um elogio, aparentam não legitimar e/ou reconhece-lo, como se não fossem merecedores, porque o elogio contraria as suas crenças disfuncionais sobre si próprios. Assim como aqueles indivíduos demasiado egocentristas e egoístas, que consideram que o mundo gira à sua volta, raramente fazem elogios aos outros. Necessitam de um reforço e auto-reconhecimento constante para o seu ego inflamado.

Felizmente, também existem pessoas (empáticas e resilientes) que gostam de receber e dar elogios genuínos, que visam as características da personalidade e os talentos (comportamentos) em detrimento da imagem pública.

Na realidade, quer sejamos uns vencedores e/ou uns falhados, durante os momentos em que nos sentimos negativos, quando recebemos elogios, estes podem provocar e reforçar o conflito interior (crenças pessoais). Por exemplo, se as nossas crenças reforçam que somos feios e se alguém diz que somos bonitos e/ou amorosos, sentimos o inverso. Se as nossas crenças reforçam que somos uns falhados e se alguém diz que somos inteligentes, sentimos que somos uma fraude. Se as nossas crenças reforçam que não iremos ter sucesso e se alguém diz que possuímos talento sentimos que somos uma desilusão.

Alguns sentimentos negativos e dolorosos associados às crenças negativas: vergonha tóxica, culpa, trauma, perda, falhanço, rejeição e preocupação excessiva.

Sabia que os elogios, quer seja a dar ou a receber, estão relacionados intrinsecamente com a nossa necessidade de reconhecimento, amor-próprio e auto estima.

Na página seguinte: Dicas para reforçar a importância do elogio:

Dicas para reforçar a importância do elogio:

Auto conhecimento: Identifique as crenças inconscientes disfuncionais (ideias) que reforçam o lado negativo. Renove e explore as crenças que reforçam os seus talentos através dos seus comportamentos e objetivos. Se quiser, pode escrever um diário sobre as suas ideias negativas e os seus sentimentos.

Entre em competição consigo próprio (objetivos, sonhos, ideais, convicções), mas não entre em competição, exagerada, pelo domínio e pelo sucesso, com o seu parceiro/a, com os seus filhos e colaboradores. Colabore e coopere mais - reciprocidade.

Pense no seguinte: Com que frequências você recebe elogios das pessoas significativas? Se estiver confuso/a com a resposta, seleccione pessoas positivas que o/a elogiem e que seja uma pratica mútua e reparadora.

Faça questão de que os seus elogios sejam honestos, genuínos, espontâneos e centrados nos talentos e competências. Dê e receba abraços.  Evite fazer elogios cujo intuito é agradar, manipular, enganar.

Evite o stress. Lide com a raiva e a vergonha tóxica de uma forma construtiva, monitorize os impulsos, as rotinas disfuncionais e a agressividade. Quando está sob stress intenso, quais os comportamentos que adopta a fim de se recompensar? Quais são as suas ideias sobre stress?

Faça auto afirmações positivas e construtivas “Eu sou uma pessoa que gosta de...”. Ou, se preferir, faça uma lista das suas qualidades e porque é que você considera que são importantes. Seja especifico/a. O que é que você valoriza no seu comportamento? Quais são os seus valores e convicções? Quais são os seus talentos?

João Alexandre Rodrigues

Addiction Counselor

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