A palavra feedback é um estrangeirismo muito utilizado na comunicação interpessoal e nas dinâmicas de grupo.

Significa uma resposta do outro a algo que fazemos ou dizemos num contexto relacional. É a forma como outro percepciona e uma resposta à nossa linguagem não-verbal e/ou verbal.

Na comunicação entre duas pessoas, o ponto onde o outro se encontra, ele consegue observar coisas que no ponto onde nós nos encontramos não conseguimos observar, ficamos cegos.

O feedback serve para assinalar o comportamento problema ou elogiar o comportamento positivo.

Exemplos

- Imagine uma reunião matinal de trabalho com colegas onde você reage a um comentário de alguém de forma agressiva, mais tarde, após o almoço, um dos colegas, vem junto a si e afirma: «António, durante a reunião da manhã foste agressivo com a Cristina. Na minha opinião, não havia necessidade de tal reação da tua parte. Ela somente fez uma crítica construtiva, mas tu interpretaste aquilo como um ataque à tua pessoa. Precisas de ter cuidado com a agressividade no trabalho em equipa.»

- Imagine no relacionamento com o seu parceiro/a romântico. O seu/sua parceiro/a, depois de um jantar com amigos num restaurante, após ambos se sentarem no banco do carro, afirma: «Durante o jantar, por duas ou três ocasiões, interrompeste o meu raciocínio e nem sequer me deixaste terminar o meu ponto de vista. Senti-me desrespeitada. Peço-te que não voltes a faze-lo, porque me magoas.»

- Imagine que concluiu um relatório escrito, e antes de o entregar ao seu chefe pede ao seu colega que o leia para fazer uma avaliação final. Você precisa de saber se é preciso acrescentar algo ou modificar alguma coisa. Após a leitura o colega dá o feedback.

- Imagine que você fez uma apresentação/palestra subordinada a um tema complexo, para vários colegas de trabalho, e no final alguns deles vieram felicita-lo pelo trabalho.

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Creio que a maioria de nós, na comunicação e no feedback, ainda opta por atalhos, refiro-me à simpatia desproporcionada e/ou os mais cépticos optam pela agressividade, em vez de investirmos na honestidade e auto responsabilização, isto é, explorar todos os meios necessários na comunicação fazendo mais perguntas relevantes, em vez de formularmos rótulos com base no preconceito e paradigmas.

Por outro lado, também desenvolvemos a expetativa de que o outro adivinhe aquilo que nós estamos a sentir, em vez de pedirmos ajuda. A fim de melhorarmos o feedback honesto é imprescindível abandonarmos a nossa zona de conforto, confiarmos na intuição e experiência, assumir o compromisso pelas nossas convicções e posições.

Somos seres sociais e quando estamos em grupo estamos sujeitos a variadíssimas dinâmicas, entre elas destaco, por exemplo, as dinâmicas de poder, de género, crenças e estatuto/hierarquia que invariavelmente geram conflitos.

É através da aquisição de competências sociais do outro que desenvolvemos e aprofundamos o auto conhecimento, a auto estima e a confiança. O feedback permite enfrentar os conflitos entre as pessoas com ideias diferentes, mas com objetivos em comum, onde ambos chegam a um acordo ou não – “Estamos de acordo que discordamos um do outro”. É impossível gostarmos de toda a gente e vice-versa.

Pratique o feedback com honestidade, em vez de utilizar o feedback agressivo, a humilhação, o desrespeito, ser passivo (invisível) e ou conformista.

Se deseja melhorar o feedback, eis algumas dicas:

- Aborde a situação (1) específica. Evite cair no erro de fazer generalizações, do tipo. “És sempre a mesma coisa...” Ou “Tu nunca fazes nada de jeito…”

- Sinalize o comportamento (2) – por exemplo a agressividade, manipulação, passividade ou a coragem, a honestidade, a persistência, a amizade, etc.

- Refira o impacto (3) do comportamento problemático ou comportamento positivo.

João Alexandre Rodrigues

Addiction Counselor

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