Independentemente das diferentes crenças e valores individuais e/ou grupo, religiosos ou não, este artigo visa reforçar uma característica comum a todos, repito, a todos os seres humanos, a que designo de espiritualidade.

Todos nós somos seres espirituais. A espiritualidade não visa dividir, «evangelizar», excluir, rotular determinada conduta religiosa ou moralista. Erradamente, alguns de nós atribuem a espiritualidade à religião (divindades, tradições, culto/veneração – cerimónias religiosas e dogmas). Apesar de o individuo espiritual poder optar pela religião, também pode optar por outro tipo de tradições, crenças individuais espirituais. Entre a espiritualidade e a religião, existem algumas diferenças, que ultrapassam a semântica.

Diferenças entre a espiritualidade e a religião

Espiritualidade é a forma como cada individuo conceptualiza a relação entre a vida (propósito) e algumas resposta emocionais, cientificamente comprovadas, a fontes externas. As crenças espirituais são livres e únicas do próprio individuo, onde pode ou não, seguir um determinado culto religioso com o qual se identifique.

Os sentimentos e a espiritualidade fazem parte integrante do Self (Eu). Se os rejeitamos, escondemos ou reprimimos, estamos a negar uma parte essencial do nosso devir. É através dos sentimentos que orientamos as nossas decisões, definimos os objetivos, exploramos os talentos, identificamos as imperfeições, valorizamos as experiências e a intimidade uns com os outros (conexões).

A religião é um coletivo de indivíduos que partilham um conjunto de crenças específicas da religião do seu grupo através de práticas dogmáticas, divindades e tradições. A religião também tem uma componente cultural transversal influente na sociedade. Onde por exemplo, um individuo não crente, de acordo com a religião, é/pode ser excluído do colectivo religioso, ou quando nascemos, somos instruídos a seguir determinadas divindades e dogmas – autoridade divina.

Na minha opinião, a espiritualidade ao invés de excluir os seres humanos com crenças diferentes, visa gerar conexões emocionais. Algumas pessoas receiam e confundem a espiritualidade com a religião por causa da suposta autoridade divina. Interpretam a espiritualidade com a perda de liberdade associada a “velhos” dogmas, ideais e crenças religiosas passadas de geração em geração. Um exemplo que ouço com muita frequência “Não mereço ter dignidade pelo mal que provoquei. Deus está castigar-me.”

veja na página seguinte: algumas questões que o/a ajudam a reflectir sobre a espiritualidade

Algumas questões que o/a ajudam a reflectir sobre a espiritualidade

- Qual é o tipo de autoridade (orientação) exigida em conformidade com as suas crenças e valores morais - justiça e liberdade? Quais são as crenças e convicções pelas quais rege o rumo da sua vida (propósito e sentido)?

- Considera que é responsável pelos seus sentimentos e comportamentos? O que é que controla e não controla?

- De acordo com a sua experiência de vida, considera que existem diferenças entre a espiritualidade e a religião?

O que pretendo com este tema é convida-la a refletir sobre a (sua) espiritualidade e a arte de bem-viver.

Compreender a morte ajuda-nos a perceber muitos aspetos da vida; através da espiritualidade obtemos algumas respostas sobre a complexidade da natureza humana.

O ego insuflado pode levar-nos às nuvens mas quando fica dorido pode arrastar-nos para a escuridão; a espiritualidade é a luz da esperança.

João Alexandre Rodrigues

Addiction Counselor

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