No outro dia, comentava com uma amiga, no ginásio que frequento, o seguinte: “Graças aos avanços tecnológicos e da ciência, o ser humano irá prolongar a sua existência, isto é, iremos viver mais anos que os nossos avós.”

A reacção dela foi imediata e peremptória: “Ó João, não sei se quero viver mais anos, porque isso pode implicar mais sofrimento e doenças. ”

A resposta à questão que coloco no início pode variar de pessoa para pessoa, mas na realidade não passam de meras suposições ou desejos. Por mais planos que façamos, nunca saberemos o que irá acontecer, daqui a uma hora, amanhã ou daqui a um mês. A questão permanecerá sempre um mistério. A dica desta semana não visa explorar o mistério do até quando gostávamos de viver, mas aborda o como é que vamos viver. A resposta ao como é que vamos viver é simples e inequívoca; com saúde - física, mental e espiritual.

Dois reputados cientistas estudaram o efeito do stress, a pressão e o impacto para a saúde, a que designaram «carga alostática» (McEwen e Stellar, 1993). A «carga alostática» implica a uma série de modificações (desgaste) geradas pelo organismo quando está sujeito a factores stressantes extrínsecos extremos. Isto é, durante quanto tempo é que conseguimos aguentar o desgaste do stress e a pressão do dia-a-dia a fim de evitarmos danos físicos, mentais e espirituais? Na maioria dos casos, levamos o corpo e a mente aos extremos, negando as consequências negativas, porque os problemas, as doenças e os acidentes só acontecem aos outros, incapacitando-nos de sermos realmente honestos connosco próprios.

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Se negamos os sinais e os sintomas do stress e da exaustão os custos convertem-se num possível surgimento e aceleramento de doenças, tais como, perturbação do humor, depressão, ansiedade, comportamentos agressivos e hostis, dependência de substâncias e/ou comportamentos aditivos.

Estudos científicos reforçam a associação entre a depressão e a hostilidade às doenças cardiovasculares. Doentes e deprimidos estão menos aptos a usufruir com qualidade, dos relacionamentos significativos com as outras pessoas, do qual dependemos imensamente a fim de preservar a sanidade mental.

Como não sabemos quanto tempo iremos viver, importa realçar como vamos viver, a fim de usufruirmos de uma vida plena. Para tal, precisamos de ser genuinamente honestos connosco próprios sobre o impacto das escolhas que fazemos e monitorizar o resultado final – tentativa e erro. Se não conseguimos ser honestos connosco próprios, dificilmente seremos honestos com os outros; seremos vítimas das nossas próprias opções e doenças.

Se arranjamos problemas, como consequência das opções que fazemos, também deveremos ser os responsáveis pelas soluções. Quanto ao resto, aquilo que não está a nosso alcance, contamos com os avanços e os progressos da ciência.

Votos de uma semana honesta consigo próprio/a e minimize a «carga alostática».

João Alexandre Rodrigues

Addiction Counselor

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