Todos conhecemos a força da palavra liberdade?

Se perguntarmos a alguém se a liberdade é importante, todos respondem afirmativamente. Mas se formos perguntar qual o verdadeiro significado de liberdade a cada um, iremos ter provavelmente sete mil miliões de respostas diferentes...

Embora aparentemente simples, o conceito de Liberdade é bastante complexo e não pode ser visto isoladamente pois todo o ser humano aspira a diferentes tipos de Liberdade.

Qualquer adulto sabe que para gozarmos a liberdade, ela tem que ser acompanhada de responsabilidade... E já todos ouvimos que a nossa liberdade acaba onde começa a liberdade do outro, verdade? E como fazemos quando é simplesmente a vida que nos impede de conquistarmos a liberdade que queremos? E como explicamos pessoas que parecem ter a liberdade financeira para se sentirem bem mas são pessoas tristes ou frustradas e no entanto vemos pessoas felizes de espírito aberto sem ter alLiberdade ou facilidade de adquirir rigorosamente nada?

Para melhor explicar vou dividir assim o conceito de liberdade em três estágios de evolução:

O estágio básico ou instintivo, representado no instinto animal e que se revela na necessidade de liberdade para acasalar, comer, fugir, aquecer-se, proteger-se. É mais uma liberdade instintiva e inconsciente do que propriamente o conceito mais evoluído que lhe conhecemos. É uma liberdade condicionada por hormonas e desequilíbrios emocionais e biológicos. Não há propriamente liberdade pois não há consciência do SER...

O estágio secundário ou mental baseia-se num básico conhecimento da matéria e que recorre a guerras, teorias, manifestações, ideologias, livros, debates, leis e todo o tipo de regras que regulam a falta ou excesso de liberdade que temos de FAZER e TER o que queremos. Num mundo cada vez mais cheio onde nos atropelamos cada vez mais, onde as emoções estão cada vez mais à flor da pele, ou ficamos presos a essas ditas regras ou caímos no caos.

Neste estágio ou andamos desenfreadamente a competir com outros, a correr para o shopping atrás das tralhas que achamos nos irão preencher e que nos darão um qualquer elevado e ilusório estatuto de SER ou andamos a evitar e a fugir das transformações pelas quais todos sabemos que temos de passar. Por enquanto o nosso conceito de SER está ainda condicionado pelo exterior, pelos rótulos que conquistamos, pela maior ou menos qualidade ou marca das ditas tralhas e/ou comportamentos que estão continuamente a ser analisados e julgados por outros. Ou seja, ficamos presos nas condicionantes que nos permitem ou não FAZER e TER ...ou seja, o SER está condicionado pelo que tem ou pelo que faz.

O estágio mais elevado passa pela nossa capacidade de ir para além do imediato e refere-se já à nossa capacidade de ver, sentir e interagir com a realidade do ponto de vista do espírito ou seja do nosso SER. É neste estágio que tomamos consciência que não somos apenas um corpo e um nome, somos um pacote energético inteligentemente composto de talento, memórias, emoções, aversões, gostos e capacidades únicas e tão próprias que começam a revelar essas diferenças logo desde o nascimento. Somos também um ser magnético, ou seja, a energia que somos funciona como um íman capaz de fazer atrair para a nossa realidade, outros seres com energia ou cargas idênticas à nossa. Ao longo da nossa vida, vamos chegando à conclusão que esses outros seres que atraímos não vêem ao acaso mas são sim espelhos das nossas tantas qualidades e desajustes.

Também vamos perceber com o tempo que as diferentes situações analisadas de longe têm essa característica maravilhosa de se ligarem umas às outras como que numa conspiração cósmica secreta de nos fazer chegar a um qualquer patamar de felicidade ainda não revelado.

Aos poucos vamos ganhando consciência de que ao nos vermos a partir deste mais elevado ponto de vista, ganhamos algo que os estágios anteriores não possuem; uma ligação a um poder maior, a uma qualquer entidade e energia superior que só pode ser vivida a partir de dentro, a partir da nossa alma e não de fora para dentro como o pedem as religiões através dos seus mandamentos e regras.

Neste estágio superior, de consciência de que somos uma representação de uma Fonte Superior, que de lá viemos e a ela voltaremos, é-nos relembrado o poder que temos de escolher como queremos interagir com a realidade. Neste estágio chega-nos a consciência e o conhecimento de Leis Universais desconhecidas do nosso ego até ali, como por exemplo, a Lei do Karma.

Esta Lei diz simplesmente que toda a ação provoca uma reação quantitativa e qualitativamente igual à ação, ou seja, tudo o que sai de cada um de nós, a nós irá retornar com a mesma intensidade e qualidade. Não diz como, quando ou as circunstâncias, apenas diz que há uma reação, ou seja, que volta. Todos nós, mesmo os que ainda suspeitam da veracidade desta Lei, sabem dentro de si que algures durante a sua vida, já viveram episódios que conferem a existência da mesma talvez no momento observados como coincidências ou curiosidades.
Partindo do princípio que esta Lei já está aceite, vai-nos fazer aceitar que tudo o que nos acontece não são mais do que retornos das energias velhas à fonte que as gerou, inclusive de vidas passadas.

Porque vivemos numa realidade tridimensional esses acertos estão também condicionados pelo tempo e pelo espaço e logo são, aos nossos limitados olhos, imprevisíveis. Aos acontecimentos ainda observados pelo limitado olho do ego, rotulamo-los de sorte e azar. No entanto, sob um ponto de vista superior, comprovado astrologicamente, estão matemáticamente previstos desde o momento em que nascemos de acordo com a nossa hora de nascimento. 

A prova está nas diferenças que nos caracterizam a todos, nos acontecimentos aparentemente caóticos aos nossos olhos que nem sempre  seguem o nosso conceito de justiça. Quantos de nós nos frustramos porque nos consideramos pessoas boas, justas, amigas, prestáveis e no entanto atraímos perdas, passamos por rejeições e frustrações incapazes de alcançar a abundância que sabemos existir? Ou pelo contrário vemos pessoas menos iluminadas ou sensíveis a viver vidas materialmente regaladas sem qualquer sentimento de humildade.  Constatado este facto, cabe-nos a nós então escolher entre manter a visão limitada do segundo estágio, da lei do mais forte, da manipulação do que está fora, dos outros, das circunstancias para sermos então livres de fazermos ou termos o que queremos ou a de aceitarmos humildemente esta mais justa, equilibrada e responsável maneira de interagir com o mundo onde nos é dada a liberdade não de FAZER ou TER o que queremos, mas sim a de SERMOS o que queremos.

É importante meditar um pouco sobre a diferença entre cada termo... sabemos bem o quanto ainda estamos presos no segundo estágio. Não é fácil fazer tal ajuste na idade adulta depois de termos sido educados na antiga energia do segundo estágio.

É nítida e maravilhosa a qualidade da energia de quem adota esta visão de vida do terceiro estágio. São aqueles que finalmente escolhem a humildade de aceitar a Lei do Karma, que assumem a sua fragilidade e humildade e reconhecem que a realidade não é mais do que um gigantesco teatro das energias que estão a vibrar dentro de nós como que num perfeito holograma.

Neste estágio somos regidos já pela Lei do Dharma no seu melhor, ou seja, sabendo que as energias retornarão a casa então somos responsáveis e LIVRES de as aceitar, acolher e neutralizar. Neste estágio usamos a Liberdade de SER para apenas emanar Amor. Liberdade no seu sentido mais elevado não é assim o que queremos fazer ou ter mas sim a de SER a mais elevada versão de nós próprios. Lideres mundiais como Nelson Mandela, Madre Teresa do Calcutá, Gandhi, o Dalai Lama e tantos outros foram confrontados e pressionados a desistir das suas causas de Liberdade, mas nem a prisão nem o exílio foram capaz de mudar a Liberdade de manterem fieis às suas crenças e convicções. São exemplos maravilhosos da expressão máxima da Liberdade do SER do terceiro estágio.

Entrámos já na Era da Consciência e da Responsabilidade. Estamos a gastar os últimos cartuchos das velhas tentativas de usar a culpa, o julgamento e a vitimização na nossa relação com os outros e o mundo. Mais do que nunca, está-nos a ser pedido para vivermos a partir de dentro, de acordo com os nossos valores sem que para isso os tenhamos que impor a ninguém. Quando assumirmos a nossa escolha de sermos a mais elevada e sagrada versão de nós próprios, de vivermos a partir da Lei do Dharma que apenas age por Amor e sob valores elevados, estamos já no bom caminho. Tivemos, temos e sempre teremos a Liberdade de SER, expressar, agir com Amor. Condicionados pelo tempo e pela matéria, acabámos por esquecer isso.

Agora chegou o tempo de resgatar a mais bela ferramenta que possuímos de SERMOS expressões de Amor.

Termino a mensagem maravilhosa de Gandhi;  “Sê a mudança que queres ver no o mundo”.

Bem Hajam!

Vera Luz

Autora e Terapeuta de Regressão e Orientação Espiritual

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