Pensar refere-se a ideias, conteúdos, raciocínios, atividades. Segundo Didier Anzieu, pensar consiste em 1. Conceber; 2. Julgar; 3. Raciocinar; e 4. Ordenar.

Todos nós ambicionamos possuir o discernimento (pensamentos) necessário que nos permita simplificar e resolver os problemas da vida, de preferência os mais complexos. Também queremos que os nossos pensamentos estejam sincronizados com as sensações associadas ao prazer e bem-estar; queremos que a dor seja passageira e que o prazer seja imortalizado.

Paradoxalmente, antecipamos pensamentos e cenários catastróficos e/ou selecionamos memórias associados à dor. Os gostos e as decisões são moldados pelas recordações, e estas podem estar erradas. Existe uma inconsistência na arquitetura das nossas mentes. Conservamos o momento mais intenso ao final de um episódio e as sensações negligenciam a preferência pelo prazer longo. Um exemplo; somos despedidos de um emprego do qual gostávamos, depois de estarmos ligados cinco anos à empresa. Cismamos no facto de termos sido despedidos (dor), em vez de conseguirmos ordenar os pensamentos e refletirmos sobre o período em que fomos felizes. Lá por termos sido despedidos não quer dizer que tenha sido tudo negativo e doloroso.

A grande maioria dos nossos pensamentos é lixo. Por exemplo, pensamentos automáticos negativos, baseados em crenças disfuncionais que assumimos como factos incontornáveis e verdades absolutas. Todavia, se queremos ir mais além no desenvolvimento pessoal, vamos aprendendo que não podemos acreditar em tudo aquilo que pensamos; precisamos de filtrar as ideias com base no critério, nas convicções e no conhecimento.

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Um exemplo muito comum, que ouço nas consultas: quando estamos sozinhos, sem parceiro/a, pensamos que seriamos muito mais felizes se tivéssemos uma companheira/o. Quando finalmente encontramos alguém, ficamos extasiados. Mais tarde, quando a relação se torna duradoura, começamos a pensar que seria melhor estar sozinho, porque afinal a relação são só problemas e chatices. É complicado. E pensamos “afinal era muito mais feliz quando estava sozinho/a. Vou terminar a relação”. Este tipo de raciocínio estende-se a outras áreas da nossa vida, no trabalho, à situação financeira, ocupações sociais, etc.

Somos seres pensantes, mas poucos de nós beneficiam dos seus pensamentos inovadores e criativos na arte de bem-viver: ser diferente. Vivemos agarrados a memórias, dogmas e tradições com cargas emocionais pouco objetivas e/ou construtivas.

Apesar das limitações individuais de cada um de nós, somos seres espirituais, possuímos a capacidade de pensar; acrescentar novas e diferentes ideias, de explorar o âmago da nossa essência e do nosso potencial com propósito.

Mais uma vez, paradoxalmente, precisamos de complicar (pensamentos) para percebermos a importância de descomplicar.

Durante esta semana desafie as suas memórias e os seus pensamentos automáticos negativos evocando o discernimento, a experiência e os factos. Desafie o pensamento (novas ideias). Conecte-se à realidade e exalte a magia do poder do pensamento positivo. Porquê? Porque sim, você merece uma vida plena.

João Alexandre Rodrigues

Addiction Counselor

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