Em marketing define-se o valor de um produto de forma muito simples. O valor é aquilo que o consumidor diz que é.


Neste sentido, o valor não é mensurável.
Resulta da apreciação subjetiva do consumidor.
E o que se passa com o valor das pessoas?
Basicamente, o mesmo. O nosso valor
resulta da avaliação (subjetiva) que os outros
fazem de nós, da forma como nos veem.

Em geral, passamos a vida a tentar corresponder
ao valor que os outros acham que temos.
Corresponder às expectativas dos outros
desgasta-nos, cansa-nos, gera angústia
existencial. Num dado momento, já não sabemos
quem somos realmente. Se nós, se a
imagem refletida de nós.

Nesta perceção daquilo que o outro vê
em nós, lutamos em permanência para sermos
alguém de quem os outros gostem,
que os outros apreciem, que os outros reconheçam,
que valorizem, acabando por esquecer
quem de facto somos, qual o nosso
valor efetivo. A angústia gerada por tentarmos corresponder
ao que esperam de nós é ainda
agudizada pelos objetivos que colocamos a
nós mesmos.

Estamos sempre a elevar a fasquia.
Queremos forçar as coisas a acontecerem,
desejamos controlar tudo. Nós, os outros,
os acontecimentos... E acabamos por
nos concentrar muitas vezes naquilo que
não temos, na falta, no que não somos, no
que não chega ou não é suficiente.

Num mundo que esgota a nossa identidade
ao avaliar-nos pelos nossos feitos, a
nossa beleza, a nossa riqueza ou a nossa pobreza,
o nosso poder ou a nossa juventude,
angustiamo-nos ao vivermos em função
daquilo que julgamos dever ser. Dizemos a
nós próprios «se eu fosse mais alto, mais jovem,
mais magro, mais rico, mais comunicativo,
mais feliz...» estaria tudo bem.

Mas não estaria! Porque o valor, tal como
a beleza e a felicidade, começa em nós,
não é algo que temos porque os outros nos
dão. Por exemplo, no caso da beleza, se nos
acharmos gordos ou feios, e, por causa disso,
nos vestirmos com roupas enormes, escuras,
de linhas direitas, o que conseguimos
é isso mesmo, que os outros nos vejam
sem graça.

Pode começar hoje mesmo a aumentar
a sua noção de valor próprio e a viver uma
vida mais saudável. Em primeiro lugar
aceite as suas imperfeições. Aceite-se como
é! Está a fazer o melhor que pode face às
condições e ao conhecimento que tem neste
momento.

Lembre-se que o seu valor não está à
prova. Não tem de provar nada. Porque o
faz? Porque dá imenso valor ao julgamento
dos outros? Muitas vezes sabotamos o
nosso próprio valor ao deixamos que os
outros nos avaliem, como faziam os nossos
pais e professores. Deixarmos que os outros
achem que não somos suficientemente
bons e assumimos como verdadeira esta
avaliação.

É também importante que abençoe
aquilo que já tem. Pode ser pouco, pode ser
diferente daquilo que deseja. Mas já o tem.
É seu. Abençoar o que já temos hoje faz
com que a nossa noção de valor próprio
melhore instantaneamente. Reconhecer o seu valor significa igualmente
não se deixar abater pela reprovação
dos outros. A reprovação existe para lhe
mostrar que é possível continuar, que é
possível não desistir, ficando assim mais
forte, mais valorizado.

Sinta orgulho pelo que é. O que é hoje
é o melhor que conseguiu fazer com as ferramentas
que possuía.
Sentir-se orgulhoso
vai fazer com que se sinta mais valorizado e
isso aumentará o seu bem-estar. Comece a
reconhecer o que vale. Este é o seu dia. É o
dia de expressar o seu valor!

Texto: Teresa Marta (mestre em relação de ajuda e consultora de bem-estar)