Estamos a viver um tempo cósmico de enorme instabilidade com propostas de mudanças radicais em cada um de nós.

Uns já abraçaram o processo e já começaram a encontrar novas verdades e maneiras de viver que permitam o mínimo de bem estar interior e exterior diário.

Outras estão ainda a lutar contra o óbvio e a fazer todos os esforços para evitar a obrigatória mudança.

Independentemente de como cada um está a lidar com este tempo, facto é que, poucos são, se é que há alguém, que em plena consciência e verdade, consiga afirmar que todos os ventos lhes sopram a favor em todas as áreas das suas vidas.

Esta constante instabilidade, seja ela nas nossas emoções e estados de espírito interiores, seja ela no choque e violência dos eventos exteriores, está a obrigar-nos a questionar quem somos e tudo o que aprendemos até aqui.

Sejam as respostas que sempre demos ao mundo, seja o que o mundo nos trouxe como educação, verdade, crenças, ideias, valores, expectativas, etc.

Se este processo já está a ser desafiante a nível pessoal, mais complexo e sensível se torna na relação com os nossos filhos.

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Há quatro ou cinco gerações atrás a criança era vista como um pequeno ser quase apenas biológico, com pouca consideração pela sua individualidade própria, que iria ser moldado e educado, sem grande liberdade pessoal de escolha, conforme os moldes da sociedade, sexo e estatuto social, cultural e religioso em que nascia. Infância e juventude eram então uma preparação para a inserção na sociedade adulta, para preencher os papéis socialmente aceites. Sensibilidade, criatividade e respeito pelas asneiras típicas da infância eram posturas raras de encontrar.

As ultimas gerações no entanto, estão a trazer crianças de espírito rebelde, dotadas de uma enorme sensibilidade, conscientes da sua individualidade e da liberdade de poderem viver a sua verdade e não a de se encaixarem em velhos e doentios moldes familiares, escolares e sociais.
Para além disso, trazem escondida nos seus bolsos, a chave de transformação dos seus pais (ou de quem lhes está mais próximo). Mostram-nos de todas as maneiras que a fórmula que nos ensinaram não funciona com eles e não se irão deixar moldar ou condicionar por métodos de educação autoritários e obsoletos que não respeitem a sua essência, a sua liberdade, e principalmente, o convite de transformação que trazem para eles próprios e para quem tem que lidar com eles.

Ou seja, no tempo antigo, e ainda são muitos os que ainda vêm o mundo dessa maneira, vivíamos ainda presos ao conceito de separatividade onde cada um era analisado e julgado conforme a máscara com que se apresentava ao mundo e onde quem iria ser e o que lhe iria acontecer estava sempre sujeito às leis da sorte e do azar assim como dos conceitos religiosos de castigo e recompensa dadas por um Deus julgador e ameaçador.

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No mundo de hoje a física quântica diz-nos que somos energia e que a nossa energia interna está constantemente a co-criar e a fazer atrair energias semelhantes externas numa eterna busca pelo equilíbrio dos opostos.

A Lei do Karma propõem-nos responsabilizarmo-nos precisamente pelo que atraímos como sendo energias que nós próprios causámos algures num passado distante.

Ora é claro que os filhos estão incluídos neste processo e são sem duvida, pelo laço de amor que representam, quem nos vem trazer à nossa vida, uma proposta de evolução que provavelmente já recusámos ou adiámos no passado, e que agora, pela mão deles, se torna difícil de recusar.

E bem observado, são os pais mais fechados e mais resistentes, os que ainda tentam manter os velhos padrões, que acabam por atrair os filhos mais rebeldes pois por vezes, só mesmo pela violência e pela perda é que o ser humano muda e se permite ser realinhado com uma verdade maior.

Muitos são os pais, eu incluída, em que estamos assim a viver uma enorme frustração, impotência e ausência de referências de como afinal educar os nossos filhos. Ou melhor, de como lidar com eles pois o velho conceito de “educar” não funciona de facto para a maioria das crianças de hoje. Pelo menos como o conhecíamos; alguém manda e alguém obedece...

Quem teve infâncias reprimidas, austeras e sem liberdade ou respeito pela sua individualidade, sabe bem que não quer repetir os mesmos erros e fazer os filhos sentir as mesmas emoções.
Ou seja, sabemos o que NÃO queremos fazer, mas não temos referencias algumas do que afinal fazer...

É precisamente nesta impotência que tenho visto muitos a fazer precisamente o contrário. Como que num acto de rebeldia interior infantil e de projecção da própria infância frustrada nos filhos, muitos são os que estão a dar a liberdade que não tiveram, as tralhas que não puderam comprar, a permitir o que não lhes permitiam, a serem os “amiguinhos” dos filhos esquecendo que a vida os convidou a serem uma autoridade.

O bom senso dentro de nós nos diz que também não é assim que teremos os melhores resultados.

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Então se o molde antigo da repressão não funciona, a liberdade e permissão total também não fazem sentido, como vamos saber como lidar com eles?

Deixo uma pergunta como resposta:

- Não estarão os nossos filhos, indirectamente a convidar cada um de nós a recorrer ao nosso interior, a religar-nos aos nossos próprios conceitos do que sabemos estar certo e errado, do que faz sentido e do que não faz, para assim sermos um espelho e inspiração para que eles saibam encontrar sozinhos esses valores dentro deles?

Nós pais não queremos criar jovens que façam o que mandamos, que dependam das ordens de alguém para agir e que sejam influenciáveis pelos meios onde andam, certo?

Eu acredito que todos nós queremos jovens que saibam pensar sozinhos, que percebam a diferença entre o que está certo e errado, que saibam dizer sim e não com segurança e amor próprio, certo?
Então é isso que temos que ir fazendo connosco e ao mesmo tempo ensaiando com eles...

A espiritualidade e a teoria da reencarnação lembram-nos que temos uma história Kármica a cumprir e os pais que escolhemos são precisamente quem irá criar o perfeito ambiente Kármico que precisamos para a transformação que viemos fazer.

Tanto no caso de infâncias fáceis com pais adoráveis ou difíceis e dolorosas, começamos hoje a aceitar a teoria de que é o espírito que escolhe a sua infância e que se escolheu determinados pais, com aquelas características, tem as suas razões.

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Por exemplo, numa vida passada um espírito foi exageradamente rebelde, autoritário e livre onde fez o que quis sem levar em conta as consequências Kármicas de tais actos e das dores que causou. Na vida presente esse espírito escolhe uns pais castradores, cheios de rotinas e exigências que o condicionem nos primeiros anos de vida e assim o ensinem a ser mais responsável. Ou outro exemplo, um espírito que numa vida passada abusa do seu poder social e material e que na vida presente escolhe nascer numa família humilde e rural para que reaprenda a olhar os outros de igual para igual, a aceitar e amar quem não tem poder ou estatuto nenhum.

Partindo então do princípio espiritual de que os filhos escolhem os pais e os pais atraem os filhos que lhes irão então trazer a chave da sua transformação pessoal, o único trabalho que temos que fazer é o de ir para além das condicionantes sociais, religiosas e familiares que mostraram não terem sido referencias positivas ou inspiradoras e confiar que temos dentro de nós todas as ferramentas que precisamos.

É quando permitimos que o que vem de fora tenha mais poder do que o que sentimos e sabemos dentro, que nos perdemos, nos descentramos e por causa disso, perdemos o nosso poder interno. E quando perdemos o nosso poder interno, perdemos o brilho, perdemos a capacidade de inspirar e de conquistar o respeito que gostaríamos de ter dos filhos.

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Temos que aprender a distinguir entre o ser ego que os nossos filhos são e o espírito sábio que vem à Terra evoluir e que de todas as almas, nos escolheu a nós para o ajudar a evoluir.

Não é assim tão difícil de perceber a diferença.
Afinal, eles escolheram-nos a nós! Apenas temos que ter consciência que eles nos escolheram por espelharmos tanto aspectos positivos como negativos das suas próprias histórias.

O ego neles vai sempre exigir dos pais toda a liberdade de fazer o que quer e ter o que quer para impressionar os seus amigos e se sentir o todo poderoso nos seus meios. Nem que para isso tenha que insensivelmente passar por cima dos próprios pais e manipular tudo e todos para atingir os seus fins de poder e razão. Por ser uma relação egóica, os próprios pais irão facilitar a vida aos filhos apenas em busca do reconhecimento positivo dos mesmo pois são imaturos demais para serem uma referencia de responsabilidade e da capacidade de por limites e dizer, “Não!”.

O espírito neles precisa de uns pais que tenham a segurança e amor próprio suficiente para serem capazes de ser eles próprios e assim lhes fazer chegar as energias que eles um dia, lá em cima, escolheram como essenciais ao seu caminho. Ao serem fieis à sua essência, estes pais vão agir apenas de acordo com o seu interior, com a sua pessoal e única noção do que está certo e errado, ao que irão dizer sim ou não, inflexíveis perante qualquer tipo de manipulação exterior tanto deles como da sociedade em geral. Estes pais sabem que foram escolhidos como espelhos de energias que os filhos precisam para os seus próprios equilíbrios e como tal, não abandonam os seus postos facilmente e muitos menos por manipulações primárias. No entanto têm a humildade de saber que os filhos lhes trazem algo para a sua própria evolução.

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Conclusão, quando então percebemos e escolhemos a via do espírito, somos convidados a ir dentro, a procurar as respostas em nós, a analisar a cada momento as consequências dos nossos “sins e nãos” e a ter a segurança de os manter, mesmo que no momento, eles não o percebam e nos tentem fazer sentir os piores pais do mundo. Eu diria mesmo que é nesses momentos, em que eles se viram contra nós, em que temos o amor suficiente para lhes levar os limites que o espírito deles precisa, que mais estamos a cumprir o sagrado acordo.

Ou seja, quanto mais fieis conseguirmos ser a nós próprios, quanto mais segurança alcançarmos nos “sins e nos nãos”, sabendo que estes estão de acordo com o que acreditamos e não com o que eles esperam de nós, mais estamos não só a contribuir para o nosso equilíbrio pessoal como para a história deles ao sermos quem eles “um dia” escolheram como pais...

A Astrologia mostra-nos, através dos mapas e de certos posicionamentos planetários, que cada um de nós tem uma viagem única e diferente. Nos dias que correm, ter uma noção da nossa viagem espiritual e da dos nossos filhos, ir a uma consulta astrológica tal como vamos regularmente ao pediatra, é um sinal de amor e responsabilidade perante aquele ser que tanto amamos. Só assim poderemos de facto ajuda-los na sua história.

Muitos são os pais hoje em dia, à beira de um ataque de nervos, sem noção alguma de que as dinâmicas violentas, rebeldes e desafiantes dos filhos, trazem escondido o dito convite às suas próprias transformações. Sem consciência alguma de que têm nas suas vidas espelhos imensos dos seus próprios dramas escondidos, muitos pais sujeitam as crianças a calmantes, castigos e a maçadoras consultas psicológicas, acreditando que as questões “deles” se irão resolver de fora para dentro e pior, sem qualquer mudança neles próprios ou a entenderem que a mudança de uns implica a mudança de outros.

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A vida mostra da pior maneira que simples boas intenções não irão garantir o sucesso e felicidade dos nossos filhos.

Nós adultos também estamos agora a perceber que a simples formula que nos venderam do “estudo-curso-emprego-família-carro-casa” também não é garantida por si só.
A vida exige muito mais de nós.

Exige coragem, responsabilidade, amor próprio, verdade, equilíbrio energético, muita humildade e sabedoria nas questões das Leis Universais, principalmente no funcionamento das mecânicas Kármicas.

Durante séculos, pai e mãe tinham, em geral e salvo normais excepções, papéis bem definidos; a mãe representava a energia Yin, o colo, o carinho, a sensibilidade e o amor e o pai era a energia Yang, a força, a autoridade, a maturidade e a responsabilidade.

Hoje, quantos de nós não estamos a ser convidados a desempenhar os dois papéis, a descobrir em nós os dois polos e a sermos capazes de os harmonizar dentro de nós?

Não é fácil sem duvida!

Mas como diz uma frase: “O que é mau para o ego é bom para a alma”.

Tenho observado e experienciado tanto da melhor como da pior maneira que a vida não espera de nós a “perfeição e o sucesso” como muitos ainda acreditam e tentam atingir nas suas vidas. A vida aplude sim o “Equilíbrio, o Amor próprio e o poder interno”. Acredito que muitos estão aos poucos a chegar à mesma conclusão.

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E é, acredito eu, esse mesmo equilíbrio interno que os nossos filhos mais PRECISAM para cumprir as suas histórias Kármicas, independentemente se não gostam, resistem ou refilam...

Deixo assim um aplauso a todos os pais e mães deste momento cósmico que todos os dias se questionam, que anseiam por mudar o que estava errado, que não querem repetir padrões velhos e ultrapassados, que admitem não saber responder a todos os desafios que eles nos trazem, que andam no escuro a experimentar novas e mais saudáveis maneiras de lhes dar o apoio que eles precisam e a aceitar as propostas que eles nos trazem.

Todo o esforço será recompensado.

Neste tempo de uma nova verdade e maneira de viver, lembremos sempre que estes novos espíritos trazem um Rx que detecta quando saímos do nosso centro e das mais variadas maneiras nos devolvem a nós próprios.

A nova energia deles não vem preparada para respeitar fretes, sacrifícios, submissões, mentira, manipulações, superficialidade ou vitimização.

Mas sabe reconhecer e respeita amor próprio, responsabilidade, coragem, optimismo, respeito, honestidade, sentido de humor, toque físico e actos de humildade e fragilidade.

Lembremo-nos, nem que seja de vez em quando que somos perfeitos, cada um à nossa maneira e que algo temos de muito especial...

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Afinal, eles escolheram-nos a nós! Apenas temos que ter consciência que eles nos escolheram por espelharmos tanto aspectos positivos como negativos das suas próprias histórias e ir vivendo dia a dia nessa verdade e transparência.

Vistas então desta perspectiva, não são estas almas jovens absolutamente maravilhosas?!

Coragem, abraços e muito sentido de humor!
Vera Luz

Veja no Sapo Zen as entrevistas de Vera Luz:
Regressão a Vidas Passadas

Cabeça VS Alma

Vera Luz, Autora e Terapeuta de Regressão e Orientação Espiritual:

Dou consultas de Regressão à Vida Passada, Criança Interior e Eu Superior.
Sou facilitadora do Workshop “Do Drama para o Dharma”, baseado no meu primeiro livro, onde nos propomos, através de vários exercícios e meditações, a um maior autoconhecimento e consciência de quem somos, donde viemos e o que andamos cá a fazer.
Há mais de 10 anos que o meu trabalho e compromisso é relembrar a cada um o propósito por trás dos eventos da nossa vida, trazer a Verdade ao de cima, ajudar cada um a sentir o lado sagrado da vida.
E mais importante ainda é lembrar sempre que:

"A mudança que tanto desejamos, tem que começar dentro de nós..."

Sou autora dos livros;

- “Regressão a vidas passadas”
- "Do Drama para o Dharma”
- "A cabeça pergunta a Alma responde”

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