Não perder as estribeiras

Perder o controlo durante uma discussão ou ceder a provocações é das piores coisas que alguém pode fazer, revela Teresa Baró. Segundo a assessora em comunicação pessoal, uma pessoa que provoque tensão durante uma discussão – através de acusações, humilhação, ironia ou insultos – acaba por ficar mal vista e por em causa a credibilidade dos seus argumentos. O truque passa por “pensar antes de contestar, adotar um tom sereno, falar devagar e sem gritar, além de usar uma linguagem educada e construtiva.”

Dar razão ao outro

Reconhecer que a pessoa com quem estamos a discutir também pode ter uma ponta de razão não é tarefa fácil. Mas para Teresa Baró saber reconhecer os argumentos válidos apresentados pela outra pessoa pode ser um dos trunfos para sair vitorioso da discussão. Tal como explica, “se eu valorizo o ponto de vista de alguém ou admito que em parte tem razão, o outro terá uma atitude mais positiva e estará disposto a escutar.”

Ter um bom poder de argumentação

“Em primeiro lugar tem de se ter uma ideia bastante clara sobre o argumento, tese ou ponto de vista que se quer defender. Depois, deve-se ter consciência da postura a adotar relativamente a isso”, refere Nicholas Capaldi, autor de um livro sobre o tema, ao jornal El País. No fundo, é importante pensar bem nos argumentos que vão ser expostos à outra pessoa durante a discussão de forma a não entrar em contradições.

Ter inteligência emocional

Talvez seja algo que muitas pessoas não saibam, mas a verdade é que a inteligência emocional pode ser determinante para fazer valer o ponto de vista de uma pessoa durante uma discussão. De acordo com Miguel Ángel Díaz “a inteligência emocional permite-nos dar conta de como é que eu e o outro estamos emocionalmente em momentos como este.” Para além disso, o presidente da Asociacón Nacional de Inteligencia Emocional (ASNIE) adianta que a inteligência emocional permite-nos “conectar com o outro e oferecer-lhe o que necessita, aumentando assim a probabilidade de que os nossos argumentos sejam ouvidos e aceites.”

Evitar ataques pessoais

Segundo o presidente da Asociacón Nacional de Inteligencia Emocional (ASNIE), a barreira entre a pessoa e o problema esbate-se muito depressa numa discussão, sendo fulcral “recordar que quando alguém nos ofende, não temos um problema com a pessoa em si mas como o comentário ou ato que esta acaba de realizar.” A solução passa por focar toda a atenção no problema “e encontrar alternativas para a sua solução”.

Prestar atenção à comunicação não-verbal

A linguagem corporal da pessoa com quem estamos a discutir também pode dizer muita coisa que nunca chega a ser verbalizada durante uma discussão. Tendo em conta a importância da linguagem não-verbal, Teresa Baró defende que, independentemente da situação, as pessoas devem “adotar uma linguagem corporal aberta e uma expressão serena”. Já Miguel Ángel Díaz refuta esta ideia argumentando que em momentos de tensão nem sempre é possível refletir um estado de espírito que não corresponde à verdade. Para além disso, acrescenta que “tentar alterar a nossa expressão pode fazer com que a outra pessoa desconfie de nós.”

Ver se vale a pena discutir

Outro dos pontos mais importantes durante uma discussão passa por entender em que ocasiões se deve continuar a discutir e quando se deve dar o braço a torcer de forma a preservar algo maior. Apesar de toda a gente gostar de ter razão, isso nem sempre é possível. Tal como sublinha o presidente da Asociacón Nacional de Inteligencia Emocional (ASNIE), o verdadeiro segredo de uma discussão é perceber em que ocasiões “preservar a relação é muito mais valioso do que termos razão.”