A Depressão é uma doença que afeta cada vez mais a população portuguesa e tem um grande impacto na qualidade de vida individual e familiar, sendo que contribui para um grande aumento da morbilidade de várias doenças, em particular, as cardiovasculares.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a depressão é uma doença cada vez mais comum, que afeta cerca de 121 milhões de pessoas.

Para assinalar o Dia Europeu da Depressão (1 de outubro), que este ano tem como lema “Depressão: Tratar e Recuperar” falaremos neste artigo sobre o método Louise Hay, um método que pretende, basicamente, desenvolver o autoconhecimento e a auto-estima, fornecendo um conjunto de instrumentos eficazes para mudarmos o nosso pensamento e as nossas vidas.

Se mudarmos os nossos pensamentos, mudamos o nosso comportamento, abraçamos novas crenças positivas que reforçam o amor por nós mesmos. Estes pensamentos aumentam assim a autoconfiança e produzem novas reações "da vida" para connosco, resultados positivos, oportunidades e vivências novas que nos conduzem à vida que sonhamos e merecemos.

O método funciona como uma terapia de grupo onde as mudanças positivas ocorrem rapidamente, sobretudo porque cada pessoa se sente verdadeiramente aceite pelo que é, sem qualquer julgamento ou crítica e onde desfruta de um ambiente de apoio e afeto, onde as conquistas e vitórias de um ajudam o outro a perceber que ele também o pode fazer.

Outro aspeto importante da dinâmica de grupo é a partilha espontânea e enriquecedora, promovendo naturalmente entre pessoas, que à partida não se conhecem e, que quase invariavelmente, se tornam amigas próximas no final do curso. Assim, desenvolve-se um trabalho ao longo de 10 ou 20 sessões para identificar as crenças negativas (conscientes ou inconscientes), que danificam a nossa auto-imagem, condicionam a nossa vida e sabotam o nosso bem-estar e prosperidade.

Se tivermos impressas auto-imagens negativas que tanto podem ter a ver com o nosso aspeto físico (ex: a minha mãe sempre foi gordinha por isso eu também não posso deixar de o ser) como com o nosso automerecimento, (ex: eu não tenho capacidades ou conhecimentos suficientes para ter um emprego gratificante e bem remunerado) estas vão trabalhar, no nosso subconsciente, no sentido de criarem sempre essa realidade exterior que nós acreditamos merecer, não importa o quanto tentemos externamente mudar. Iniciamos um processo de libertação de antigas emoções e experiências dolorosas e aprendemos o poder extraordinário que vem com o perdão.

Aprendemos a libertar-nos da culpa que é, talvez, um dos mais fortes sabotadores da nossa harmonia interior, uma vez que nos limita de uma forma dolorosa, insidiosa e subtil. A culpa procura sempre punição (que muitas vezes se transforma em doença). A culpa precisa de perdão, assim como o ressentimento, que muitas vezes se acumula nos nossos corpos sob a forma de emoção reprimida e também conduz a várias doenças.

 Sabendo que existe uma conexão psicofisiológica, ou seja, que o nosso corpo reflete os nossos padrões de pensamentos, poderemos tomar a responsabilidade de construir uma realidade física mais equilibrada e harmoniosa, a partir do trabalho de "reprogramação" da nossa mente. Aprendemos o processo tridimensional do pensamento e algumas técnicas de reprogramação de crenças negativas, como as afirmações e a visualização criativa ou meditação guiada.

Procuramos, sobretudo no nascimento ou na primeira infância, a origem dos padrões negativos que repetimos vezes sem conta nas nossas vidas, com a ajuda de técnicas poderosas, mas simples, aprendemos a construir novos padrões positivos, com reflexos importantes na nossa vida afetiva em particular.

Uma vez identificados os autoconceitos que bloqueiam a nossa capacidade de sermos mais realizados, de termos relacionamentos mais gratificantes, de alcançarmos os vários objetivos de crescimento pessoal a que nos propomos, aprendemos um conjunto de técnicas que nos ajudam a lidar com esses bloqueios no sentido de os superar. Aprendemos a "libertar" o ressentimento, a revolta e a vergonha, emoções destrutivas que provocam mais carência, isolamento e frustração.

Aprendemos a reconhecer quando é que estamos "em modo de criança interior" ou seja, quando nos sentimos enciumados, tristes, com medo do abandono ou da solidão devido a anos de mensagens negativas, muitas vezes desde a mais tenra idade (o teu irmão é mais esperto que tu, nunca fazes nada bem feito, o que é que vai ser de ti quando cresceres, não prestas para nada, agora não tenho tempo, desenrasca-te sozinha, eu sabia que não conseguias...).

Gradualmente, ao curarmos essas emoções, que assim amadurecem connosco, a nossa criança interior surge cada vez mais com a sua criatividade, alegria, autenticidade e capacidade inata de acreditar na vida.

Reforço da auto-estima

O Método reveste a forma de cursos em 10 ou 20 semanas, de seminários de fim de semana, palestras, retiros, consultas individuais, grupos de apoio, convívios e passeios nacionais ou internacionais, e não é necessário ser-se terapeuta para se ser facilitador. É, sim, necessário acreditar que nós temos a capacidade e o poder de mudar as nossas vidas desfrutando do potencial com que nascemos na criação de uma vida com alegria, amor, partilha e paz interna.

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Dicas

- A auto-aprovação e a auto-aceitação estão na base das mudanças positivas: gostar de nós é um compromisso para a vida!

- Seja gentil e paciente consigo: enquanto se dá tempo para reaprender a pensar, cuide de si como cuidaria da pessoa que mais ama.

- Recuse criticar-se pois a crítica não muda nada! Quando se critica, mantém as condições negativas na sua vida; quando se aprova a si mesmo, liberta energia psíquica para que as mudanças positivas aconteçam.

- Cuide do seu corpo; aprenda coisas sobre nutrição e faça exercício com prazer. Ame o seu corpo como a si mesmo!

- Os nossos pensamentos criam a nossa realidade - o que acreditamos sobre nós e a vida, torna-se a nossa realidade.

- Deixe de se assustar ou magoar com os seus próprios pensamentos; elimine com amor os seus pensamentos negativos e aprenda a controlar o seu diálogo mental. Um pensamento negativo é só um pensamento e um pensamento pode ser mudado.

- O momento presente é o momento de poder - é aqui e agora que podemos começar a mudar no sentido de maior consciência e felicidade pessoais. Não espere até encontrar o parceiro ideal ou ter o peso ou o emprego perfeitos. Comece hoje e faça o seu melhor!

- Faça afirmações diariamente: em frente ao espelho ou em qualquer ocasião, afirme que se ama, exprima sentimentos de respeito e autovalorização, diga: “eu amo-me e aceito-me como sou”, várias vezes por dia. Veja depois o que acontece!

- Podemos (e devemos) libertarmo-nos do passado, perdoando o que for necessário - a si e aos outros. O perdão abre caminho ao amor e abre as portas ao milagre da mudança. O perdão liberta- a sobretudo a si mesma. Perdoe-se e receba uma vida nova.

- Nós somos responsáveis pelas nossas próprias vivências: podemos deixar de ser "vítimas" e assumir a responsabilidade de nos tornarmos vencedores, transformando uma crise na semente de uma nova oportunidade que vai desenvolver em nós novos recursos, talentos e forças.

O Amor é a maior força curadora do mundo: ame-se a si mesma; divirta-se e dê um espaço diário de prazer e alegria à sua criança interior. Lembre-se: a Vida trata-a como se trata a si mesma. Ame-se e a Vida dar-lhe-á amor!

A terapeuta Louise L. Hay

Este Método deve o seu nome a Louise L. Hay, uma norte americana de grande sucesso mundial, escritora, conselheira metafísica, terapeuta e pioneira no movimento mundial de autores de autoajuda. Através das suas técnicas de cura e filosofia positiva, com um estilo simples e caloroso, tocou com a sua sabedoria milhões de pessoas no mundo, que aprenderam assim a construir vidas mais harmoniosas e criativas.

O seu primeiro livro - "Cure o seu corpo" que já expunha conceitos importantes e praticamente desconhecidos do grande público sobre a ligação entre o corpo, a mente e as emoções, publicado pela 1ª vez em 1976, foi bestseller em 33 países. Em Portugal, o seu primeiro livro “Pode Curar a Sua Vida”, da Editora Pergaminho, foi também best-seller e é considerado um dos melhores livros de auto-estima e pensamento positivo de sempre, sendo muito utilizado por terapeutas de várias áreas.

A sua filosofia de vida positiva e poderosa, a sua capacidade de inspirar milhões de pessoas ensinando que tudo começa pelo amor, respeito e valorização que atribuímos a nós mesmos, foram, contudo, forjadas pelas dificuldades e desafios que enfrentou na sua vida.

Louise teve uma infância dura com grandes carências e abusos sexuais; foi mãe solteira na adolescência e mais tarde, o seu casamento acabou ao fim de 14 anos tendo-lhe sido diagnosticado algum tempo depois um cancro no útero. Louise aplicou tudo o que sabia então sobre o poder curador do amor, sobre a filosofia básica de vida que já praticava na altura.

Mudou totalmente a sua alimentação e trabalhou com um terapeuta no sentido de se libertar dos ressentimentos do seu passado. Seis meses depois estava curada, sem qualquer intervenção cirúrgica. Louise desenvolveu então o seu método a partir das melhores técnicas e terapias que conheceu e estudou ao longo de mais de 20 anos, tais como ciência da mente, curso em milagres, técnicas de respiração e de meditação, constelação familiar, entre muitas outras.

A par da sua fama e reconhecimento crescentes, o Método Louise Hay difundiu-se hoje por todo o mundo - com resultados extraordinários comprovados por centenas de facilitadores, há mais de quinze anos. O Método está em Portugal há 12 anos.

Texto: Vera Faria Leal, licenciada em Relações Internacionais; Hay Teacher, diplomada por Louise Hay; Patricia Crane (sucessora de Louise Hay) na Irlanda, em 1999
Fotografia: Biotherm