Metade das mulheres francesas não gosta do corpo que tem. Um estudo da OpinionWay revela que praticamente uma em cada duas, cerca de 48%, está nessa situação. Numa outra investigação, publicada pelo Journal des Femmes, essa percentagem sobe para os 53%. Em Portugal, os números não estão apurados, mas não faltam problemas de baixa autoestima. Estas são algumas das estratégias que Teresa Branco, fisiologista na gestão de peso e diretora do Instituto Profª. Teresa Branco, defende para contrariar o problema:

- Autoanalise-se

Este é o primeiro gesto a empreender. «O autoconhecimento vai permitir identificar os comportamentos que não se deseja ter e que gostaria de alterar. Quando adotamos comportamentos com os quais nos sentimos bem, estamos a favorecer o equilíbrio hormonal porque não há estímulos excessivos que ponham as suprarrenais (glândulas acima dos rins que são muito influenciadas pelo stresse e pela ansiedade) a trabalhar em excesso ou em défice, fazendo com que tenhamos mais facilidade em gerir o peso», esclarece Teresa Branco.

Por outro lado, «o funcionamento da expulsão ovárica estará muito mais equilibrado e, em termos cerebrais, vão libertar-se neurotransmissores que trazem sensações de prazer, de tranquilidade e antidepressivas», acrescenta a fisiologista na gestão de peso e diretora do Instituto Prof. Teresa Branco. Assim, e à «medida que vamos adotando atitudes e comportamentos com os quais estamos em paz, temos melhor controlo sobre nós e sobre o nosso peso», refere.

Experimente reservar, semanalmente, horas para si própria e para tentar perceber por que razão adota determinados comportamentos. Durante a semana, crie um momento isolado em que está consigo mesma para fazer uma auto-avaliação da sua vida, do seu comportamento e das suas rotinas. «Se o desejar, pode solicitar ajuda nesse sentido, neste caso, de um psicólogo», sugere Teresa Branco.

- Descubra a sua veia artística

Procure ser mais criativa. «A criatividade faz-nos sentir bem-sucedidas, vitoriosas, com força, o que torna muito mais fácil adotar qualquer novo comportamento. Quando experimentamos estas sensações, sentimo-nos mais em paz e todo o nosso metabolismo fica muito mais regulado», assegura Teresa Branco.

«Portanto, a probabilidade de termos as hormonas, os órgãos e as glândulas regulados é muito maior, logo vamos ter maior predisposição e muito mais energia para fazer exercício, tendo mais facilidade em perder peso», diz. Experimente fazer algo criativo em qualquer área. Na dança, na pintura, na escrita, numa página de Facebook criada por si ou a fazer desporto. «Pense que é uma pessoa criativa. Quando o ser humano se sente criativo, adquire uma força tremenda», afiança.

- Defina dois desafios

Pense um bocadinho antes de definir «um desafio em termos de atividade física e outro em termos de boa gestão alimentar e de saúde», sugere a especialista. No final, vai «sentir-se mais magra, com maior autoestima e saúde». Experimente iniciar-se numa nova atividade física, olhe para a sua alimentação e identifique o comportamento alimentar que menos gosta em si (comer à pressa, passar muitas horas sem comer, ingerir sucessivamente fast food) e desafie-se a alterar esse comportamento alimentar.

- Livre-se da fome emocional

Quando se sentir stressada, evite comer bolos, massa, arroz, pão e chocolate. Estes alimentos causam adição. Prefira fontes de proteína (como leite, peixe, carne ou frutos secos) que evita o aumento dos níveis de cortisol, a hormona do stresse. Relativize também a opinião dos outros em relação a si. Nem todos têm de gostar de si!

Reveja também os seus hábitos alimentares. Se come de forma compulsiva, compreenda que pode ser uma «resposta a mágoas e necessidades emocionais e relacionar-se com a procura de soluções rápidas e fáceis», ilustra a especialista. Evite ainda praticar exercício físico extenuante: o cansaço agrava o stresse que favorece a ingestão desregrada de alimentos.

Texto: Catarina Caldeira Baguinho com Teresa Branco (fisiologista na gestão de peso e diretora do Instituto Profª. Teresa Branco)