Acordo ao som de um alarme, no qual confio todos os dias por estar sincronizado com a hora certa através da internet. Levanto-me, tomo banho e para escolher o que vestir, dou uma vista de olhos no boletim meteorológico que acedo via internet. Após terminar o pequeno-almoço e antes de sair de casa, descarrego pela internet um jornal virtual e consulto a minha caixa de correio electrónico para verificar se tenho algum email que precise ir trabalhando no comboio a caminho de Lisboa.

São 8h30m quando saio de casa e a Internet tem-me acompanhado desde que acordei.

As suas multifuncionalidades permitem-me tomar decisões que melhor se adaptam às minhas necessidades diárias.

Uma realidade do quotidiano

O mundo dos três W veio revolucionar, e continua a fazê-lo, o nosso dia-dia, permitindo-nos comunicar com parentes próximos ou distantes, ter mais "amigos" do que nunca (nas redes sociais), consultar as nossas contas bancárias, aceder a serviços do Estado, entre milhares de outras funcionalidades que preenchem necessidades que nem imaginávamos ter.

Contudo, como acontece com todas as inovações, surgem novos temas que implicam uma reflexão mais atenta. Os especialistas, atualmente, debatem-se com várias preocupações relativas ao uso da Internet. Uma delas gira em torno do que denominam como "uso excessivo da Internet", ou seja, o uso para além do desejável, que causa prejuízo ao bom funcionamento do indivíduo, trazendo fortes implicações para o seu bem estar (ou, neste caso, a falta dele).

No presente, encontra-se em debate, na comunidade científica, a ideia de que o "uso excessivo da Internet" pode constituir, por si só, uma problemática específica, uma vez que parece apresentar um conjunto de características que a torna distinta de outras perturbações, necessitando de planos de intervenção clínica especializados.

Os referidos investigadores propõem um conjunto de critérios para que o uso da Internet seja considerado "excessivo", sendo os principais: a) passar, pelo menos, 6 horas diárias na utilização da Internet num período mínimo de 3 meses; b) ter alterações de humor quando não está em contacto com a Internet; c) sentir-se incapaz de controlar o seu impulso de utilizar a Internet, não conseguindo reduzir o seu consumo; d) mudanças significativas nos hábitos e padrões de sono e e) comprometer severamente outras atividades do seu dia a dia (exemplo: faltar à escola).

Perante este cenário, coloca-se a questão: a partir de quando é que o uso da Internet pode tornar-se excessivo?

Para além do factor tempo surgem cada vez mais preocupações com o tipo de conteúdos acedidos através do mundo virtual.

Atualmente, existem quatro áreas de foco que suscitam preocupações, quer à comunidade científica, quer a pais e professores, sendo elas:

1) os sites de conversação e as redes sociais;

2) os jogos multijogador em rede;

3) sites com conteúdos ligados à sexualidade, mais especificamente, à pornografia;

4) jogos de casino online

Vale a pena debruçarmo-nos um pouco sobre cada uma destas temáticas para compreender como se podem tornar tão fascinantes, ao ponto de comprometerem outras áreas da vida da criança e do adolescente, como por exemplo, a vontade de fazer desporto ou de passar tempo com amigos.

No que respeita à utilização da Internet como fonte de comunicação entre indivíduos e o fenómeno das redes sociais, no presente estima-se que mais de 5 milhões de utilizadores recorram ao Facebook. Isto significa que existe uma enorme probabilidade do leitor que se debruça sobre estas linhas tenha, ele próprio, uma conta de Facebook, ou que conheça alguém, bem próximo de si, que a tenha.

Este é apenas um exemplo de rede social, estando o fenómeno a alastrar-se a cada vez mais domínios, criando-se redes sociais desde tópicos globalistas até fóruns de discussão sobre assuntos extremamente específicos.

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