É graças à elasticidade cognitiva do cérebro que este consegue modificar-se e adaptar-se a diferentes circunstâncias, possibilitando a compensação de determinadas perdas que possam surgir. Desta forma, se não existir uma estimulação cognitiva frequente, irão ser perdidas determinadas competências mentais, nomeadamente, em pessoas com perda auditiva.

Parte do cérebro dedicada à audição pode ser atribuída a outras funções se a perda auditiva se encontrar num estágio inicial, o que contribui para o declínio da função cognitiva. Sabe-se que a idade reduz a inteligibilidade de discurso, mesmo para as pessoas sem perda auditiva. Estudos apontam que, um em cada três adultos com mais de 60 anos, sofre de perda de audição relacionada com a idade. Hoje em dia, existem programas de treino cognitivo que podem reduzir o problema. Alguns destes exemplos destes passar por realizar jogos de associações de imagens (estimulação da memória por associação), palavras cruzadas (estimulação cognitiva de várias funções), jogos multissensoriais, jogos de memória com memorização de palavras, imagens, formas geométricas e provérbios populares que irão estimular a memória a curto e longo-prazo, assim como jogos de mesa, como dominó e cartas, que estimulam a atenção e concentração.

Estes são alguns exemplos que podem ser realizados sendo que, recentemente, foi comprovado que o uso de aparelhos auditivos também pode retardar o aparecimento de demência e declínio cognitivo. Isto porque a redução de ruído digital (DNR), em aparelhos auditivos, possui um efeito positivo no entendimento da informação sonora. Comparando dois pacientes sem amplificadores, concluiu-se que a amplificação auditiva resulta num significativo desempenho mental. Um outro estudo revelou que também existe um desempenho no trabalho da capacidade de memória com amplificador auditivo.

Os estudos mostram que, pessoas com perda auditiva, aferem uma atividade cerebral reduzida quando ouvem frases complexas. O mesmo serve para pessoas com dificuldade de audição, que também apresentavam menos massa cinzenta no córtex auditivo.

Embora estas pesquisas tenham sido realizadas em adultos mais velhos, os resultados também possuem implicações nos jovens adultos, especialmente os que ouvem música com um volume elevado.

Para além desta atrofia, a perda auditiva acelera a perda do tecido cerebral nos adultos, por isso, é necessário existir uma monitorização frequente e um cuidado especial no que diz respeito a este tema.