Espirros, nariz a pingar, olhos vermelhos, tosse, falta de ar, cansaço e comichão na pele. Estas são algumas das manifestações mais frequentes e incómodas da reação alérgica, frequente na primavera, no outono e no inverno.

A asma e a rinite, por exemplo, afectam cerca de 10 e 20 por cento da  população, respectivamente, de acordo com o presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica.

Como primeiro passo para eliminar as várias manifestações alérgicas, o especialista Mário Morais de Almeida aponta o diagnóstico correto. Mas, quando a resolução já não passa pela prevenção, a palavra de ordem é tratar e para isso é essencial que siga o tratamento mais indicado. Nos últimos anos foram feitos vários avanços e, actualmente, estão disponíveis diversos tratamentos que vieram melhorar os dias de primavera para os que mais sofrem com os pólenes e os restantes para quem sofre de outros problemas.

Imunoterapia acelerada

Este tratamento consiste em administrar vacinas subcutâneas de forma ultra-rápida com várias doses de alergénio (ácaros e pólenes), permitindo chegar à etapa de  manutenção em apenas um dia, conseguindo uma melhoria notável logo no primeiro ano.

Vacinas sublinguais

Em vez de serem administradas através da injeção, colocam-se gotas do alergénio debaixo da língua, permitindo reduzir os sintomas alérgicos e a  necessidade de medicação. Este tratamento, que dura, no mínimo três anos, é eficaz para pólenes, ácaros, látex, e alergias a pêlos de animais, permitindo fazer a manutenção em casa sem recorrer a uma unidade de Imunoterapia.

Anti-histamínicos de nova geração

Não produzem problemas de arritmias nem de toxicidade hepática como, em alguns casos, provocavam os fármacos de segunda geração, não são sedativos e, portanto, não provocam sonolência. São muito úteis no tratamento da rinite e da urticária.

Broncodilatador de acção prolongada associado a corticosteróide inalado

Necessita
de doses menores de medicamentos, aumenta a adesão e controla a asma de
forma mais eficiente, melhorando a qualidade de vida do paciente,
reduzindo os sintomas e melhorando a função respiratória.

Antileucotrienos

São comprimidos anti-inflamatórios.

Estes medicamentos evitam o desencadeamento de asma, podendo ser alternativa ao uso de corticosteróides inalados, nomeadamente em crianças.

Anticorpos monoclonais

Fármaco injetável que pode ser usado em crianças e adultos com asma muito sintomática. É composto por anticorpos anti-lgE que bloqueiam o seu efeito, reduzindo os sintomas e melhorando a qualidade de vida dos asmáticos graves.

Indução de tolerância a alimentos e a medicamentos

São protocolos específicos, aplicados em meio hospitalar, permitindo que o doente passe a tolerar doses de alimentos ou fármacos determinados como causadores de reacções alérgicas graves e que podem inclusive levar à morte.

Os episódios agudos
podem ser tratados com
broncodilatadores ou
anti-histamínicos não
sedativos.

Texto: Cláudia Vale da Silva com Mário Morais de Almeida (presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica)