A tosse é um mecanismo natural de defesa contra agressões ao sistema respiratório.

É muito frequente nas doenças do aparelho respiratório superior (nariz e garganta), nomeadamente na sinusite e um dos casos mais comuns é a tosse com bronquite, que surge nos fumadores.

Este sintoma pode também estar associado a uma infeção, como constipação ou gripe, uma alergia, ou um refluxo gastro-esofágico.

O pneumologista Pais Ruivo indica, de seguida, os tratamentos mais adequados para pôr fim à tosse:

Antitússicos

Controlam ou suprimem o reflexo de tosse e funcionam melhor na tosse seca e dolorosa. É o caso da codeína (um narcótico analgésico que inibe o centro da tosse no cérebro), do dextrometorfano (presente em medicamentos de venda livre, inibe o centro da tosse no cérebro, mas não é analgésico) e dos emolientes (úteis para tosse causada por uma irritação da laringe, presentes em comprimidos e xaropes), entre outros.

Expetorantes

Fluidificam as secreções brônquicas, facilitando o desprendimento do muco e a expetoração. Iodetos, guaifenesina e hidrato de terpina estão presentes em preparações de venda livre. Em doses baixas, o xarope de ipecacuanha pode ser útil em crianças com tosse convulsa. Os mucolíticos utilizam-se quando o principal problema são secreções brônquicas densas e viscosas.

Anti-histamínicos

Secam o trato respiratório. São úteis no tratamento da tosse quando a causa é uma alergia ou resfriado em fase inicial. Noutros casos, a ação secante pode ser contraproducente.

Descongestionantes nasais

Aliviam a tosse se esta for devida a um corrimento pós-nasal. É o caso da fenilefrina.

Broncodilatadores

Podem ser prescritos em caso de tosse com redução do calibre das vias aéreas, como acontece na asma brônquica ou na doença pulmonar obstrutiva crónica, como é o caso das patologias associadas à bronquite crónica/enfisema.

Antibióticos

Estão indicados apenas nos casos em que na origem da tosse existe infeção por uma bactéria. Quando a  infeção é causada por vírus, como a constipação banal ou gripe, não devem ser utilizados. Em qualquer dos casos, a sua utilização apenas deverá acontecer por indicação médica.

Texto: Rita Miguel com Pais Ruivo (médico pneumologista no British Hospital Lisbon XXI)