Já é conhecido da maioria das pessoas que a vitamina D contribui para uma mineralização óssea normal. No entanto, há já também evidências claras que relacionam a vitamina D com outras funções e órgãos do nosso corpo. É, por isso, vista como cada vez mais importante para o desenvolvimento e equilíbrio de uma multiplicidade de órgãos do corpo humano, em qualquer idade, sendo responsável pela regulação de cerca de 2000 genes do corpo humano.

Níveis insuficientes desta vitamina têm sido associados a um risco aumentado de patologias muito diversas como: doenças cardiovasculares, hipertensão, neoplasias, diabetes, esclerose múltipla, demência, artrite reumatoide e doenças infeciosas, entre outras, para além da osteoporose.

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Embora as provas ainda não sejam definitivas, há múltiplas indicações de que a correção da carência de Vitamina D, mediante suplementos, possa diminuir o risco dessas doenças.

Insuficiência de vitamina D é um problema de saúde pública? A inadequação de vitamina D é atualmente considerada um problema crescente de saúde pública, mesmo nos países desenvolvidos, uma vez que os estudos mostram que a maioria das pessoas apresentam níveis inferiores ao desejável.

Há, por parte das entidades de saúde e de muito investigadores, uma preocupação com a possibilidade de que esta carência num grupo de população tao alargado, possa acarretar consequências sérias a médio e longo prazo, quer para os indivíduos, quer para os sistemas de saúde.

Como obter os níveis corretos de Vitamina D?

A forma mais eficaz para obter vitamina D é através da exposição da pele ao sol, nas horas de calor, entre abril e outubro, no caso de Portugal. Bastariam 20 minutos diários de exposição de braços e pernas, sem protetor, para satisfazer as necessidades de todo o ano.

Contudo, mesmo em países com clima propício, como Portugal, verifica-se que as pessoas se expõem muito pouco à luz natural do sol, sem protetor solar. Isto justifica a frequência com que os níveis de vitamina D são inadequados

É importante sublinhar que a alimentação é uma fonte muito pobre em vitamina D, salvo alimentos muito especiais, como o salmão e os óleos de fígado de peixe.

O uso de suplementos desta vitamina é, por isso, um recurso muito importante para a generalidade da população nos dias de hoje, sendo considerado fundamental para grupos específicos como bebés e crianças, mulheres grávidas, e pessoas que devam evitar o sol.

Os suplementos de vitamina D são considerados parte obrigatória do regime de tratamento de algumas condições de saúde, como a osteoporose, a osteomalácia e a insuficiência renal.
Trata-se, por outro lado, de um produto muito seguro, desde que bem manuseado.

Por isso, muitos médicos e investigadores recomendam a a suplementação de todas as pessoas, com doses da ordem de 1000U/dia, com fim de prevenir as doenças acima indicadas, apesar da falta de prova definitiva de eficácia desta estratégia. Esta indicação é particularmente forte para os idosos e obesos.

Doses mais elevadas não devem consumidas regularmente sem aconselhamento médico.

Por José António Pereira da Silva, Médico