A gaguez é um distúrbio da comunicação caracterizado pela interrupção do fluxo do discurso, através de repetições, prolongamentos e/ou bloqueios (por vezes acompanhada de outros movimentos associados, como piscar de olhos, movimentos atípicos com o corpo, entre outros).

As manifestações da gaguez não se resumem à fala mas também nas atitudes perante a comunicação, ou seja, muitas das pessoas que gaguejam evitam, por exemplo: falar em público, falar com um desconhecido, participar na escola, em situações do quotidiano, entre outras situações, que naturalmente podem suscitar vergonha e embaraço por parte de quem as vive e conduzir a uma redução de oportunidades.

Estamos perante uma condição que pode ter um impacto significativo na qualidade de vida de quem gagueja.

Apesar dos muitos estudos já realizados e publicados, um dos maior problemas da gaguez continua a ser a falta de informação da população em geral em relação ao distúrbio, o que se traduz numa série de estereótipos que conduzem à sua estigmatização.

“Pensa no que vais dizer! Respira Fundo! Concentra-te!” Será que resulta?

Quem gagueja, sabe exatamente o que vai dizer! A dificuldade reside na transformação do conceito linguístico (aquilo que pensou/ conceptualizou dizer) num ato motor (fala).

Estamos a falar, portanto, de uma alteração neuromotora (que também tem uma forte componente genética em muitos dos casos!) que não está relacionada com a capacidade intelectual, ansiedade, nervosismo, tal como podem comprovar as carreiras ímpares de atores famosos com Bruce Willis, Samuel L. Jackson ou o próprio Vice-Presidente dos EUA, Joe Biden, todos pessoas que gaguejam e que falam publicamente sobre este handicap.

Tratamento

O tratamento da gaguez, que é realizado pelo Terapeuta da Fala, consiste na redução da frequência e atenuação das manifestações tornando a comunicação mais eficaz, promoção de uma mudança de atitude perante as situações de comunicação e acima de tudo, possibilitar que a gaguez não tenha impacto na qualidade de vida de quem gagueja.

A intervenção precoce é a forma de tratamento mais eficaz e quando realizada de forma atempada, pode fazer toda a diferença! É essencial o conhecimento dos fatores de risco por parte de cuidadores, médicos e profissionais da educação e saúde.

Por Gonçalo Leal e Rita Carneiro, Terapeutas da Fala SpeechCare

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