O paracetamol é um fármaco com acção analgésica e antipirética, sendo vulgarmente utilizado no tratamento de dores diversas e de febre. Quando tomado correctamente, os seus efeitos secundários são geralmente ligeiros e raros, sendo por isso frequentemente considerado o analgésico (alívio da dor) e antipirético (alívio da febre) de primeira escolha.
O maior risco associado ao uso do paracetamol é a ingestão de doses superiores às recomendadas. A toma de doses excessivas de paracetamol pode causar danos no fígado, que podem ser fatais ou resultar na necessidade de um transplante. Menos frequentemente, pode também causar dano renal.
A sobredosagem tanto pode ocorrer devido à toma única de uma dose excessiva, como pelo uso crónico de doses superiores às recomendadas. Nas crianças, os casos de intoxicação podem ocorrer devido a ingestão de medicamentos deixados ao seu alcance, ou pela administração excessiva por parte dos pais ou cuidadores, por ansiedade e receio na presença de febre.
O risco de uma sobredosagem de paracetamol causar dano hepático é maior se o doente for alcoólico, tomar certos medicamentos, como p. ex. alguns antiepilépticos, ou estiver malnutrido. Nas crianças, o risco é maior na presença de febre, jejum ou desidratação prolongados, como em situações de vómitos ou diarreia persistentes.
Os sintomas iniciais da ingestão de doses tóxicas de paracetamol consistem em náuseas, vómitos e dor abdominal. Na presença ou suspeita de uma sobredosagem de paracetamol, deve ser procurada assistência médica com a maior brevidade, mesmo na ausência de sintomas. Quanto mais rapidamente for iniciado o tratamento, maiores são as probabilidades de recuperação.
O paracetamol faz parte da composição de diversos medicamentos, muitos deles não sujeitos a receita médica, indicados no tratamento de dores, febre ou constipações, tanto como único componente como em associação a outras substâncias. 

É frequente os doentes automedicarem-se com mais do que um medicamento contendo paracetamol ao mesmo tempo, sem que de isso se apercebam – tomam um medicamento para as dores e ao mesmo tempo um antigripal, por exemplo. Em adultos, a dose diária de paracetamol não deverá ultrapassar os 4 gramas, devendo ser inferior se o doente padecer de doença no fígado. Nas crianças, a dose a administrar é dependente do peso corporal.
Deverá haver sempre o cuidado de ler a composição dos medicamentos que se está a tomar, ou pedir a ajuda do farmacêutico, para garantir que não se esteja a tomar mais do que um medicamento contendo paracetamol.
No caso de a toma de paracetamol não aliviar os sintomas, não deverá aumentar-se a dose, mas sim recorrer ao farmacêutico ou ao médico.
Para prevenir intoxicações nas crianças, há que cumprir escrupulosamente as recomendações relativas às doses adequadas, à duração do tratamento e armazenar sempre os medicamentos fora do seu alcance.