Como este tipo de cancro pode levar 20 anos para se manifestar, esperemos que não faça parte das estatísticas, Reeducar é, pois, preciso, bem como apostar na prevenção.

Devido à redução da camada de Ozono, tem-se verificado um aumento de três por cento da radiação UV na crosta terrestre, o que implica um aumento de incidência do melanoma. Assim, as exposições solares exageradas representam uma ameaça à saúde.

O sol é a causa de mais de 90 por cento dos cancros cutâneos e é possível evitá-lo, basta para isso que se usufrua dos seus benefícios moderadamente e em determinados períodos do dia. Uma vez que este tipo de cancro pode demorar entre 20 a 30 anos a manifestar-se.

O cancro cutâneo é mais frequente nos indivíduos de raça branca, correspondendo este tipo de doença a cerca de 30/40 por cento da totalidade dos novos cancros.

E os cancros cutâneos têm cura apenas se forem tratados precocemente. Neste sentido convém saber como detetar na pele aquilo que nos levará a suspeitar de que algo não está bem. Ao verificar alterações na sua pele ou dos seus familiares — manchas estranhas, sinais que aumentaram de tamanho de um ano para o outro, deverá consultar um dermatologista.

Todo o cuidado é pouco quando se fala em cancro. O risco de desenvolvimento do melanoma é cada vez maior, representando 1,2 por cento de todos os novos cancros no mundo por ano, e a sua incidência aumenta a um ritmo de seis por cento ao ano.

Estudos indicam que 20 por cento dos doentes com melanoma morrerão da doença e que metade dos casos ocorrem abaixo dos 40 anos de idade. Para evitar que estes números continuem a crescer, devemos reeducar-nos reduzindo o tempo de exposição ao sol e realizar um rastreio.

Os fatores de risco de desenvolvimento do melanoma têm por base dois universos - o ambiental e individual que se traduzem em luz solar, atividades de lazer, fontes artificiais de luz e muitos outros.

Profilaxia, benefícios...
Há, pois, que mudar os nossos comportamentos. Neste sentido existem duas vertentes indispensáveis: a prevenção primária e a secundária. No primeiro caso deve-nos vencer a vontade de nos expormos ao sol – especialmente entre as 11 e as 16 horas, e mesmo depois dessa hora os cuidados devem continuar.

Durante a exposição solar é importante o uso de roupa protectora, chapéus e óculos de sol, bem como o de protetores solares, não só no corpo e rosto, como nos lábios.

Relativamente á prevenção secundária, esta passa pela deteção precoce do cancro cutâneo, que é o mais prevalente mas curável se detetado precocemente. Assim, deve a pessoa ter con¬hecimento da sua pele e realizar o autoexame cutâneo de forma a detetar sinais de alarme e vigiá-los, devendo mesmo consultar-se com o médico.

Indispensável à vida na Terra, o sol tem ações tão benéficas que seria impossível viver sem ele. Além de possibilitar a fotossíntese, fornece calor e é essencial à regulação do metabolismo do cálcio e do fósforo necessários ao esqueleto humano, através da produção da famosa vitamina D. Todos nós precisamos desta vitamina!.

Uma radiação solar adequada proporciona bem-estar, relaxamento, aumenta a capacidade de ação, estimula o organismo físico e psíquico. É, por isso frequente que na altura da primavera e do verão as pessoas se apresentem mais bem-dispostas. O sol moderado é, não só, importante para os adultos como para as crianças e os idosos.

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Malefícios
Mas a verdade é que os raios solares em quantidades e qualidades inadequadas anulam os benefícios do sol. Em exagero constituem fonte agressiva capaz de causar manchas inestéticas, envelhecimento precoce, queimaduras e cancro cutâneo.

Cada um de nós nasce com um determinado "capital solar", ou seja, com um conjunto de meios naturais de defesa como o bronzeado, o aumento da espessura da camada córnea e os processos de reparação celular.

No entanto, sempre que cometemos um excesso, expondo-nos durante o horário de risco, não usando roupa adequada ou não renovando o protetor solar, a que podemos juntar o facto de não beber água para hidratar a pele e apanhando escaldões, estamos a gastar o nosso capital solar.

O exagero constante conduz, então, ao aparecimento de problemas cutâneos tão graves quanto o é o melanoma. Deve, portanto apostar-se na proteção e em especial nas crianças, pois mais do que os adultos, estão em constante exposição, não têm ainda consciência do perigo e porque os malefícios só serão visíveis anos mais tarde.

E os escaldões acumulados durante a infância são um dos mais importantes fatores de risco no desenvolvimento de cancros cutâneos e especialmente no desenvolvimento de melanoma durante a idade adulta.

Proteção ocular
Tal como o corpo, o rosto e as mãos, também os olhos necessitam de especial cuidado em época estival. Não esquecer que também as suas lentes solares deverão ter um índice de proteção adequado para cada situação. Conheça-se, em síntese, como usar cada cor de lente e recorde-se que os índices de proteção vão de O a 4.

Azul
Para usar de noite ou em tempo encoberto, permite uma melhor perceção das bolas fluorescentes no ténis.

Cinzento
Para uma luminosidade intensa, absorve a mesma quantidade de luz sem modificar a visão natural das cores.

Castanho
Para céu limpo, melhora os contrastes e faz sobressair os pormenores.

Verde-escuro
Muito próxima do olho humano.

Cor-de-rosa ou encarnado
A reservar para a noite ou fraca luminosidade. Realça os contrastes e oferece uma perceção mais apurada dos pormenores com tempo enevoado ou fraca luminosidade.

Fonte: Solaris

Seis Fotótipos da Liga Portuguesa Contra o Cancro

1. Cabelos loiros ou ruivos, olhos azuis ou esverdeados, pele muito clara e extremamente sensível; apanha facilmente escaldões ao Sol. O bronzeado é muito lento.
Tempo de autoproteção da pele: 5 a 10 minutos 

2. Cabelos louros, olhos azuis, pele clara, fica facilmente vermelha ao Sol. Bronzeia-se ligeiramente e com dificuldade.
Tempo de autoproteção da pele: 10 a 20 minutos

3. Cabelos castanhos, pele clara, olhos claros ou escuros. Bronzeia gradualmente, apanha por vezes escaldões; bronzeado pronunciado, à medida que a pele se habitua gradualmente ao sol.
Tempo de autoproteção da pele: 20 a 30 minutos

4. Cabelos castanhos ou pretos, pele morena e olhos escuros. Pele pouco sensível, raramente sofre queimaduras, bronzeia facilmente. Este tipo de pele não está, no entanto, ao abrigo da formação precoce de rugas ou manchas devidas ao envelhecimento quando a dose de Sol se torna mais forte.
Tempo de autoproteção da pele: cerca de 45 minutos

5. Cabelos pretos, pele escura, olhos castanhos-escuros. Pele pouco sensível ao sol.
Tempo de autoproteção da pele: cerca de 60 minutos.

6. Cabelos negros, pele e olhos negros. Pele bem adaptada ao Sol.
Tempo de autoproteção da pele: cerca de 90 minutos ou superior.

Fotografia: Biotherm
Fonte: Artigo Estética Viva, com base numa comunicação do dermatologista Dr. Fernando Ribas dos Santos (IPO Porto), e num Estudo Europeu dos Laboratórios Vichy Centros de Prevenção Solar.