Como as causas do aparecimento do eczema atópico ainda são incertas, não é possível identificar ações e fatores de prevenção específicos.

No entanto, as medidas preventivas aparecem diretamente associadas aos fatores de risco. Face ao aparecimento de lesões, o diagnóstico do eczema atópico faz-se sobretudo com base no historial clínico pessoal e familiar do doente.

Essa avaliação contempla sobretudo o que se refere à existência de antecedentes de atopia, dermatológica ou respiratória. São também tidos em conta a evolução e localização das lesões assim como o tipo de pele e a forma como reage aos diferentes fatores ambientais. Outros critérios secundários a ter em conta, incluem a palidez e tendência para a vasoconstrição no local da lesão, a xerose (secura da conjuntiva) e a intolerância à lã e fibras sintéticas quando em contacto direto com a pele.

Podem ser solicitados exames complementares de diagnóstico, como estes cutâneos mediante picada, para testar reações de hipersensibilidade imediata a alergéneos como ácaros, pólen, látex e alimentos, bem como a pesquisa no soro de anticorpos específicos para esses alergéneos.

Não existe cura para o eczema atópico, pelo que o tratamento aplicado atualmente, tem como principal objetivo controlar e eliminar os sintomas visíveis, atuando sobre a inflamação. Estes tratamentos podem ser realizados a curto ou longo prazo, mas deve existir uma manutenção preventiva de modo a evitar o novo surgimento de sintomas.

Na primeira linha de tratamento estão os anti-histamínicos orais, de preferência com ação sedativa de forma a permitir um alívio das manchas vermelhas e uma boa noite de sono ao doente. Estes medicamentos associam-se a corticosteroides tópicos e anti-inflamatórios. Em casos mais agudos de eczema, pode recorrer-se à administração de corticosteroides orais. Quando tudo o resto falha, recorre-se a imunomoduladores tópicos que atuam suprimindo a resposta do organismo aos fatores desencadeantes da alergia, reduzindo a inflamação e a comichão.

No entanto, algumas destas terapêuticas tradicionais têm sofrido fortes
críticas dos especialistas, devido aos efeitos secundários elevados que
geram.

Os corticosteroides, que são os mais receitados, possuem muitos
efeitos secundários negativos e não podem ser utilizados a longo prazo
devido à presença de uma substância viciante.

Os antibióticos são
recomendados apenas para o combate das infeções não podendo acompanhar
um tratamento de manutenção e a fototerapia é apenas usada para impedir o
cancro da pele.

Por tal motivo, outras pomadas à base de
butirato de hidrocortisona têm sido muito recomendadas e utilizadas,
especialmente em peles atópicas sensíveis aos corticosteroides. É
normalmente aconselhado também, a utilização de cremes emolientes à base
de lípidos como ceramida 3, colesterol, ácidos gordos polinsaturados,
que ajudam a intensificar a propriedade de penetração na camada córnea
da pele.

A nova terapêutica

Recentemente, foi descoberta uma nova opção terapêutica, uma pomada à base de tracolímus, que apresenta eficácia comprovada e reduzidos efeitos secundários, comparativamente aos restantes tratamentos convencionais. Esta formulação farmacêutica destaca-se pela possibilidade de utilização no tratamento a curto e longo prazo e por reestabelece a qualidade de vida dos pacientes tanto quanto possível.

A pomada de tacrolímus oferece uma alternativa terapêutica viável para médicos e pacientes com eczema atópico moderado a grave, com idade igual ou superior a dois anos, que não respondem ou são intolerantes a corticosteroides tópicos (TCSS), sem os indesejados efeitos secundários geralmente associados aos tratamentos com esteroides. Atua na inibição da resposta do sistema imunológico desregulado a alérgenios, reduzindo a inflamação e tornando a pele menos avermelhada.

A terapêutica deve iniciar-se logo quando surgem os primeiros sintomas, com aplicação de tacrolímus duas vezes por dia até ao desaparecimento parcial ou total das lesões. Posteriormente, os doentes devem continuar com o tratamento de manutenção. O novo paradigma terapêutico emerge da investigação sobre o eczema atópico, segundo a qual, mesmo fora dos períodos de crise, subsiste uma inflamação subclínica. A aplicação da pomada de tacrolímus duas vezes por semana permite aos médicos controlar a inflamação a longo prazo, prevenindo as exacerbações.

Dois estudos de Fase III, em doentes que responderam ao tratamento de tacrolímus duas vezes por dia e, nas fases mais exuberantes da doença, revelaram que a manutenção do tratamento num regime duas vezes por semana diminuiu as recidivas e prolongou o tempo entre as mesmas, passando de 15 para 142 dias nos adultos e de 36 para 217 dias nas crianças.