As varizes surgem devido a uma falha na constituição da parede venosa, na maioria dos casos de origem genética, o que permite mais facilmente a sua dilatação. «Há fatores que aceleram todo este processo, como a obesidade, a anticonceção hormonal, o sedentarismo, as longas permanências na posição de pé, o calor e ambientes muito quentes, a idade e a gravidez», refere Serra Brandão, cirurgião vascular e diretor do Instituto de Recuperação Vascular (IRV).

Quando se é portador desta doença, que se chama doença venosa crónica, independentemente do tipo e tamanho das varizes, há sempre uma acumulação anormal de sangue venoso nos membros inferiores, o que dificulta as trocas de oxigénio e nutrientes necessários à alimentação dos tecidos. «É esta uma das principais causas da comichão», sublinha o médico.

«Obviamente que as dilatações venosas, quer sejam derrames ou varizes mais grossas, são sempre muito inestéticas, qualquer que seja o sexo ou a idade. Consoante o tipo de varizes, os tratamentos podem ir desde a escleroterapia (secagem) até à cirurgia, que pode ser com laser, nos casos mais simples e iniciais, até à cirurgia convencional com internamento, nos casos mais desenvolvidos», acrescenta o especialista.

Para que as varizes não se agravem ou tardar a sua evolução há que, primeiro, tentar eliminar ou minimizar os fatores de risco mencionados. «É extremamente importante a terapêutica medicamentosa receitada por um medico, pois há suplementos alimentares que pouco ou nada fazem», sublinha o médico. Cerca de um quinto da população portuguesa sofre de problemas de derrames e de varizes. Os casos mais graves acabam por dar origem a situações de doença venosa crónica.