Na maioria dos casos é uma doença benigna, especialmente quando é apanhada nos primeiros anos de vida. As principais complicações podem estar associadas a sobreinfecção bacteriana da pele ou a lesão directa pelo próprio vírus, com infecção do cérebro ou pneumonia. Estas situações extremas, menos frequentes, podem surgir em crianças com défice imunitário, adolescentes e adultos jovens, pelo que me atrevo a dizer que é uma “boa” doença para se apanhar nos primeiros anos. Só surge uma vez na vida, porque a partir daí é adquirida imunidade. O tempo de incubação varia entre 7 e 14 dias.

A prevenção eficaz é difícil, porque as pessoas começam a eliminar o vírus nas gotículas respiratórias cerca de dois dias antes das manifestações da doença, pelo que, quando surgem as “borbulhas”, muito provavelmente já foram contagiadas outras pessoas.

O tratamento serve essencialmente para alívio sintomático e compreende um anti-histamínico (para retirar a comichão) e paracetamol para a febre (não se deve tomar ibuprofeno). Existe ainda a possibilidade de utilizar um antivírico (aciclovir), mas apenas sob prescrição médica e em casos seleccionados.

Outros cuidados a ter dependem muito do estado geral da criança. Se estiver bem e sem febre, não precisa de ficar em casa, mas também não pode ir à escola.

O maior cuidado deve ser no sentido de evitar o contágio de pessoas susceptíveis, nomeadamente grávidas e pessoas com algum tipo de imunodepressão. É bom relembrar que o período de contágio se mantém até todas as lesões estarem em crosta.

CONSULTÓRIO

A minha filha tem nove anos e gosta de levar chá para a escola, de modo a beber durante o dia. Disseram-me que não devia fazê-lo porque o chá oxida. É verdade?

Em princípio, não há nenhum problema em levar chá para a escola. Deve ter cuidado com a quantidade de ar na garrafa, para reduzir a fermentação. Para isso, basta encher completamente a garrafa.

O meu filho de três anos come bem sopa com carne, peixe ou ovo mas quase nunca come o segundo prato e, quando come, rejeita a proteína. Não gosta de fruta. Já experimentei tudo. A educadora diz que no infantário come tudo. O que devo fazer?

O facto dele comer normalmente na creche significa que não tem problemas com a mastigação. É apenas comportamental. As opções que já experimentou (dar a comida antes da sopa, tornar os pratos mais apelativos,...) é exactamente o que deve fazer. Se mesmo assim não resulta, a solução passa por “confrontá-lo” mais. Ele usa esse comportamento para vos “controlar” e vocês têm que passar a mensagem oposta. Tem que lhe explicar que deve comer e não dar alternativas, senão ele vai compensar. Não é fácil, até porque ele vai dizer que tem fome, mas se conseguirem ser firmes, vai ver que se resolve em alguns dias.

Texto de Hugo Rodrigues (pediatra)

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