De acordo com um estudo conduzido junto de pediatras pela Sociedade Espanõla de Pediatria e pela Dodot, 22 por cento dos bebés (até aos três anos) apresenta uma pele muito sensível e oito por cento tem uma pele atópica, ou seja, mais seca e com tendência para a formação de eczema.

A pele dos recém-nascidos tem características específicas e, até à adolescência, apresenta maiores graus de secura que devem ser combatidos com hidratação diária. Saiba como protegê-la.

Recém-nascidos

No primeiros meses de vida, a pele do bebé sofre alterações que não são sinónimo de doença. Entre elas estão «os pequenos quistos de Milia, bolinhas brancas na zona do nariz, bochechas e queixo. São pontos de gordura acumulada que tendem a desaparecer espontaneamente», explica Filipa Rocha Páris, dermatologista pediátrica.

O acne neonatal, tal como no caso anterior, «resolve-se sem recurso a tratamento específico. Os cremes hidratantes podem até prejudicar», refere. Podem ainda surgir manchas, como os angiomas (vermelhas e com relevo), «com tendência a desaparecer até aos seis anos».

Outra situação comum é a crosta láctea, que surge no couro cabeludo e sobrancelhas, «como uma capa de caspa amarelada de gordura que pode ser ajudada à remoção com cremes antifúngicos tópicos», explica.

Crianças

Ao contrário do recém-nascido, na criança a pele é mais seca e necessita de hidratação reforçada. «Os banhos devem ser rápidos (cinco minutos) e com água tépida. Após o banho, deve hidratar sempre a pele, de preferência com produtos emolientes com ácidos gordos», aconselha.

Se a criança pratica natação é obrigatório um banho e aplicação de hidratante após a piscina, já que o cloro seca ainda mais a pele. «Especialmente em crianças com peles atópicas, que tendem a formar eczemas», alerta Filipa Rocha Páris, explicando que estes aparecem «na maioria das vezes em crianças com antecedentes familiares de patologias alérgicas e respiratórias».

Em alerta

A maior parte das doenças virais manifesta-se na
pele. Para além do sarampo e varicela, facilmente diagnosticáveis, há
uma situação a que os pais devem estar atentos.

«A meningite, em
específico a meningococcemia, cuja primeira manifestação pode ser na
pele, com o súbito aparecimento de manchas vermelhas ou arroxeadas, que
surgem de forma generalizada e estão associadas a alguma prostração da
criança», adverte a especialista.

Enquanto a criança usa fralda,
são comuns as doenças «como a candidíase (infecção fúngica), a dermite
irritativa ou alergias a algum componente da fralda», diz a
dermatologista, recomendando: «a limpeza com um toalhete e a aplicação
de um creme de barreira. Em caso de patologia é necessário usar cremes
específicos e evitar toalhetes, preferindo águas inócuas e menos
perfumadas».

Os desafios que a pele
enfrenta ao longo do ano

Primavera
Se a criança tem
pele sensível ou alérgica proteja-a das gramíneas, através do uso de
mangas compridas e calças.

Verão
Aplique, várias vezes
ao dia, um protector solar com índice 50+ e filtros físicos. Evite
expor a criança ao sol entre as 11 e as 17 horas.

No Outono
Caso
a criança tenha pele sensível, afaste-a das ervas e gramíneas, para
evitar alergias.

No Inverno
A pele fica mais seca e
patologias como a dermite atópica e eczema tendem a aparecer. Reforce o
uso do hidratante (duas vezes por dia).

Texto: Mariana Correia de Barros com Filipa Rocha Páris (dermatologista pediátrica)